Em 2002, metade do PIB (Produto Interno Bruto) nacional estava concentrado em apenas 1,3% dos municípios brasileiros (70 de um total considerado de 5.560), onde morava um terço (33,3%) da população, segundo pesquisa inédita divulgada hoje pelo IBGE. Nove municípios - seis deles localizados na região Sudeste - respondiam naquele ano por um quarto (25%) de todos os bens e serviços produzidos no país. Nelas viviam somente 15,2% dos brasileiros.
No outro extremo, a pesquisa aponta que o mesmo percentual de 25% da produção ficava a cargo de um contingente de quase 93% das cidades existentes (5.153 municípios, em números absolutos), que reuniam 43,3% da população. E das 50 cidades com menor PIB em 2002, 48 (96%) eram das regiões Norte (mais precisamente no estado de Tocantins) e Nordeste (nos estados do Piauí e Paraíba).
A concentração na produção e as desigualdades regionais estão retratadas nos resultados do projeto PIB dos Municípios, desenvolvido desde o ano 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de governo e a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
A série histórica mostra que a realidade de 2002 era bem parecida com a verificada nos anos anteriores (1999, 2000 e 2001), mas a pesquisa mais recente revelou algumas mudanças.
No ranking dos municípios que representam 25% do PIB, por exemplo, as principais alterações foram a inversão de posições entre Manaus e Belo Horizonte, a saída de Porto Alegre e a inclusão, na lista, de três municípios que não são capitais: Duque de Caxias (RJ), Guarulhos (SP) e São José dos Campos (SP).
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