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Dirk Pitt é um mestre explorador e chefe de uma agência americana da marinha. Pitt e sua equipe descobrem que milhares de africanos estão contraindo uma perigosa doença a partir de uma substância altamente poluente encontrada na água. E se isso não for resolvido, a população mundial poderá sofrer consequências. Baseado no bestseller de Clive Cussler.
Poderíamos afirmar que qualquer filme que tem Penelope Cruz ou William H. Macy em seu elenco não pode ser muito ruim. E Sahara, que tem os dois artistas citados, confirma a afirmação: não é muito ruim.
Sahara seria um grande filme de ação que teria sido uma atração irresistível 30 anos atrás, mas hoje, apesar de seu elenco atraente e jovem que se nega a ressecar sob o sol forte do deserto, parece cansado e gasto.
O protagonista, Matthew McConaughey, é capaz de atrair o público feminino tão certeiramente quanto Penelope Cruz faz com o masculino, de modo que o filme terá bilheteria garantida suficiente para não causar angústia à nova direção da Paramount.
Apesar de ter sido rodado no Marrocos e na Espanha, Sahara é ambientado na África subsaariana, principalmente na Nigéria e no Mali. O filme é baseado em um dos livros de aventura de Clive Cussler sobre o personagem Dirk Pitt, o herói intrépido que é especialista em tesouros submarinos e em topar com problemas e com belas mulheres. Em termos cinematográficos, Dirk é uma espécie de cruzamento entre James Bond e Indiana Jones.
Infelizmente, McConaughey é um ator um pouco ligeiro demais para representar o tipo de papel no qual Harrison Ford ou Kevin Costner teriam brilhado dez anos atrás. E Steve Zahn está simpático, mas um pouco forçado no papel de Al Giordino, o despreocupado amigo de Dirk que sempre tem uma frase divertida para descrever qualquer situação.
A divisão de trabalho entre os dois pode ser resumida pela fala de Giordino "eu procuro a bomba e você acha a garota".
Penelope Cruz não tem muito o que fazer exceto parecer bela enquanto salta de um camelo para um trem em movimento ou pula de um helicóptero para escapar do vilão. E William Macy fica em segundo plano, no papel de um personagem que seria o chefe de Dirk e que acaba apenas ouvindo o relato da ação toda, pelo telefone.
Mesmo assim, é divertido ver os dois atores transformar uma bobagem numa bobagem simpática de se assistir. Afinal, o que um especialista em tesouros submarinos está fazendo no Saara? Está procurando um navio de guerra da Guerra Civil americana que ele, e apenas ele, acha que, não se sabe bem como, vagou da Virgínia para a África 140 anos atrás.
Enquanto isso, a Dra. Rojas (Cruz) é uma médica da Organização Mundial de Saúde que está decidida a encontrar a causa de uma nova e desconhecida praga surgida no Mali. Sua busca não tem ligação nenhuma com a de Dirk e Ali, mas eles não param de topar um com o outro no meio do deserto, para que Dirk a possa salvar da morte certa (para sermos justos, a coisa também acontece ao inverso: a médica também salva o aventureiro).
As estripulias dos três acabam chamando a atenção do malévolo empreendedor francês Massarde (Lambert Wilson) e do homem-forte do Mali, general Kazim (Lennie James), que colocam o exército inteiro do Mali em seu encalço para encobrirem a fonte da doença, que está se espalhando rapidamente.
Quatro roteiristas se esforçaram para conferir alguma plausibilidade ao roteiro, mas sem muito sucesso. Não faltam saltos espantosos de lógica e locação, enquanto nossos heróis vão soltando frases espirituosas e lutando sem sofrer um arranhão sequer.
Mas não há nada no filme, dirigido pelo novato Breck Eisner, que já não tenha sido visto antes, e o uso de canções pop antigas na trilha sonora contribui para a forte sensação de "déjà vu" que vai acometer o espectador. Resumindo: Sahara não é um filme de todo mau, mas não se pode afirmar que seja muito bom.
Assista ao trailer no link abaixo
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