O Grupo Schincariol atravessa um momento difícil depois que os donos e parte da sua diretoria foram detidos na última quarta-feira, sob a acusaão de sonegação fiscal, entre outras. A empresa já enfrenta dificuldades para comprar matérias-primas e conseqüentemente produção e distribuição de seus produtos.
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De acordo com matéria veiculada nesta segunda-feira no jornal Folha de S.Paulo, ainda esta semana, as atividades nas sete fábricas do Grupo podem ser interrompidas. Essas fábricas têm capacidade para a produção de 3 bilhões de litros, entre cerveja, refrigerantes e água mineral.
O Grupo Schincariol emitiu neste domingo nota em protesto contra a prisão de diretores da empresa, incluindo cinco membros da família Schincariol, pela chamada "Operação Cevada" da Polícia e da Receita Federal.
Na nota, o grupo reclama de vazamento de informações sigilosas e acusa as empresas concorrentes de terem sido autuadas em situações semelhantes - mas sem terem recebido o mesmo destaque na imprensa.
Os advogados do Grupo Schincariol e demais envolvidos estiveram reunidos neste fim de semana para traçar a estratégia de defesa a ser adotada no caso.
Durante a reunião de avaliação, um dos pontos questionados pelos advogados foi a divulgação das informações da investigação, que teria tornado "os suspeitos culpados perante a opinião pública antes que houvesse julgamento nos termos da lei".
"Outras empresas, inclusive do mesmo ramo de atividade, sofreram recentemente graves autuações fiscais", diz a nota, afirmando que não houve "repercussão no campo penal" para os concorrentes da Schin envolvidos nas supostas autuações.
Na quarta-feira, a "Operação Cevada" deteve 70 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de sonegação, incluindo cinco membros da família Schincariol que tinham participação ativa na empresa, e mais três executivos.
Eles serão autuados pelos crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção de funcionários públicos e formação de quadrilha.
Os cinco membros da família são Adriano, Alexandre, Gilberto, Gilberto Júnior e José Augusto Schincariol. Os executivos detidos são os diretores comercial e executivo, e o responsável pela fábrica de Cachoeira de Macacu (RJ). No total, a Justiça Federal decretou a prisão de 79 pessoas.
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