Uma reportagem publicada na edição que circula a partir de hoje na Revista Época aponta que o principal executivo e suposto responsável pela distribuição do chamado "mensalão" entre os parlamentares do PP seria João Cláudio Carvalho Genu, o chefe de gabinete de José Janene, líder do PP. A informação contradiz as acusações feitas pelo ex-presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, na qual a ajuda financeira aos deputados do PP em troca de fidelidade às orientações do partido seria entregue diretamente pelo tesoureiro do PT aos deputados do PP, Delúbio Soares.
De acordo com a reportagem da Época, o dinheiro chegaria a Brasília através de emissários ou do próprio Genu. A distribuição do pagamento seria feita em envelopes contendo quantias que variam R$ 5 mil a R$ 30 mil. A entrega da "pensão" - conforme foi batizada pela própria bancada do PP - seria feita no apartamento do próprio Janene, no gabinete da liderança do partido, ou ainda, numa casa mantida por Genu para dar festas, na capital federal. A senha usada pelos deputados para cobrar a quantia seria: "E a conta do jantar, cadê?"
O esquema de arrecadação do PP seria muito similar ao do PTB de Jefferson, envolvendo altos funcionários em estatais garantindo a arrecadação. O PP posicionou diretores na Petrobras, em Furnas, no Instituto de Resseguros do Brasil e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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