O ex-ministro da Casa Civil deputado José Dirceu (PT-SP) voltou a negar nesta quinta-feira participação em empréstimos irregulares do seu partido e cobrou provas sobre supostos atos de corrupção no governo. O deputado acredita que não será afetado pelo relatório das CPIs dos Correios e Mensalão, divulgado hoje, que sugere a cassação de 18 deputados - entre eles, o ex-ministro e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). No entanto, Dirceu acredita ser vítima de "fuzilamento" político. "Quando vai começar o fuzilamento? Se você já tem convicção, é um fuzilamento político. É preciso ter direito de defesa e que não haja prejulgamento", esbravejou.
O ex-ministro se defendeu afirmando que, como ministro, não cuidava do departamento financeiro do PT e que não poderia ter participado da negociação de empréstimos irregulares.
Dirceu justificou ainda a acusação de que o seu amigo Roberto Marques teria recebido autorização para efetuar saque de R$ 50 mil de uma das contas do empresário Marcos Valério. Ele afirmou que Marques não era seu asessor e que o recebimento do dinheiro não foi provado.
Sobre a contratação de sua ex-mulher, Ângela Saragoça, pelo Banco BMG, e o empréstimo de R$ 2,4 milhões feito em nome dela no Banco Rural, Dirceu afirma que não teve influência nos episódios. No entanto, o ex-ministro admitiu que sabia da contratação e do empréstimo.
O deputado reafirmou ainda que pretende ir ao Supremo Tribunal Federal para defender o seu mandato. "Porque eu era ministro de Estado, não era deputado, então, não posso ser cassado por quebra de decoro", disse
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