Dossiê teria precipitado a morte de Celso Daniel

 

Politica - 02/09/2005 - 00:50:37

 

Dossiê teria precipitado a morte de Celso Daniel

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O médico João Francisco Daniel - irmão do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, do PT, assassinado em janeiro de 2002 - disse hoje, em depoimento à CPI dos Bingos, que o que precipitou a morte de Celso foi um dossiê que ele preparava sobre o esquema de corrupção na prefeitura. Ele também afirmou que Celso foi "barbaramente torturado" antes de morrer porque "eles queriam informações". O dossiê foi entregue aos membros da CPI. Encontrado no arquivo de Celso Daniel o dossiê, que trata de operações ilegais na prefeitura, também foi anexado ao processo sobre seu assassinato. Tais operações ilegais teriam sido atribuídas ao seu ex-segurança e empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, que estava com o ex-prefeito na Pajero quando Celso foi seqüestrado. Ligação a propinas João Daniel que as evidências do processo que trata da arrecadação de propina na prefeitura de Santo André podem ser relacionadas ao assassinato de seu irmão e que caberá à polícia coletar evidências e ao Judiciário decidir sobre o caso. Segundo ele, sua luta não é político-partidária. Ele disse que foi até a CPI apenas para esclarecer a morte de seu irmão, descobrir o que aconteceu, qual a motivação do crime e quem foram os mandantes. "Minha luta não é político-partidária, só quero que se faça justiça", disse. João Francisco e o Ministério Público paulista defendem a tese de que o ex-prefeito de Santo André foi morto por ser contrário às práticas de corrupção que ocorreriam durante seu mandato. Segundo o Estadão, a família de Celso Daniel acusa o PT de tratar com descaso a morte do petista, que dias antes de morrer tinha sido designado para comandar a campanha de Lula à Presidência em 2002 Antes do início do depoimento, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que João poderia esclarecer muitos pontos obscuros da morte de Celso Daniel. "Esse assassinato foi covarde e nos amargura há muito tempo. Queremos esclarecimentos", afirmou Tuma. "Máfia" Sobre a chamada "máfia do lixo", João Francisco disse que teve informações, em 2002, de que a empresa de lixo Rotedale, cujo dono é Ronan Maria Pinto, também proprietário de uma frota de ônibus, alterava a tonelagem do que realmente coletava. Ele completou dizendo que há um processo correndo em Santo André sobre esse caso. João Daniel afirmou também que tem recebido ameaças veladas e confirmou suas declarações anteriores, feitas à imprensa e à polícia, segundo as quais havia um sistema de corrupção na prefeitura de Santo André que alimentava campanhas políticas do PT. De acordo com ele, o dinheiro era enviado para o escritório do deputado José Dirceu (PT-SP). As investigações do assassinato de Celso Daniel indicam três prováveis mandantes para o crime, entre eles, Sérgio Gomes da Silva, ex-assessor de Daniel que estava com o prefeito quando ele foi seqüestrado. Ele foi o único denunciado e responde ao processo em liberdade. Carona João Francisco Daniel disse, no início de seu depoimento, que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lhe deu uma carona desde o aeroporto até o Congresso. O assunto não rendeu discussões ou dúvidas entre os parlamentares, algo bem diferente do que ocorreu na CPI do Mensalão. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-SP) renunciou ao cargo de vice-presidente da CPI depois de ter pego uma carona com o empresário Marcos Valério após seu depoimento à comissão.

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