Lula elogia 'excesso' de democracia na Venezuela

 

Politica - 30/09/2005 - 09:41:27

 

Lula elogia 'excesso' de democracia na Venezuela

 

Da Redação com BBC

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira, em Brasília, uma série de elogios ao líder venezuelano Hugo Chávez e afirmou que "ninguém" pode acusar a Venezuela de "não ter democracia". "Eu não sei se a América Latina teve um presidente com as experiências democráticas colocadas em prática na Venezuela", disse Lula. "Poder-se-ia até dizer que (a Venezuela) tem excesso (de democracia)". De acordo com o presidente, Chávez "era meio demonizado no Brasil" e "comeu o pão que o diabo amassou nos seus primeiros quatro anos de mandato". "Mas este homem, que apanhou como pouca gente apanhou, hoje, se transforma em um companheiro da maior importância", afirmou Lula. "E o Brasil teve um papel importante, ajudando, conversando, dialogando". O presidente também ironizou possíveis comparações entre ele e o líder venezuelano ao dizer que "jamais poderia fazer as coisas que o Chávez faz" porque o venezuelano "é mais jovem" e o país dele "tem muito mais petróleo" do que o Brasil. Acordos Os presidentes de Brasil e Venezuela se encontraram para a assinatura de acordos que prevêem investimentos conjuntos de mais de US$ 4,7 bilhões na área de petróleo, incluindo a construção de uma refinaria de US$ 2,5 bilhões no Porto de Suape, em Pernambuco. "Nós estamos fazendo não apenas um empreendimento econômico, mas uma aliança entre povos, que, a partir de agora, vão compartilhar o potencial energético", afirmou Chávez. Os acordos também incluem projetos de criação de uma joint-venture para a exploração de gás na Venezuela e uma parceria para exploração conjunta de um campo de petróleo na faixa do Orinoco, na Venezuela. Após a cerimônia, Lula e Chávez seguiram para um jantar no Palácio do Itamaraty que marcou a abertura da Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, em Brasília. Durante o dia, os chanceleres dos 12 países que formam a entidade sul-americana criada no ano passado, em Cuzco (Peru), também se reuniram para acertar os detalhes finais dos documentos que serão assinados durante a cúpula. Integração Na cerimônia ao lado de Chávez, Lula afirmou que a Comunidade Sul-Americana de Nações "tem que ser integrada, sobretudo, do ponto de vista da infra-estrutura porque sem comunicação, sem energia, sem pontes, sem ferrovias, sem hidrovias, sem estradas, sem aeroportos, haverá discursos, mas não integração de verdade". "O mais importante é a gente dar uma reparada no mapa da América do Sul e ver a quantidade de obras que está sendo executada", acrescentou o presidente. "E, certamente, isso incomoda. Incomoda porque as pessoas estavam habituadas a decidirem e nós a dizermos 'amém'." O encontro em Brasília será encerrado nesta sexta-feira com a presença de Lula, Chávez e dos presidentes de mais quatro países da região. Os principais ausentes serão os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Paraguai, Nicanor Duarte, também vieram ao Brasil e participaram do jantar de abertura da cúpula na noite de quinta-feira. Mas a expectativa era de que os dois deixariam Brasília na manhã desta sexta, antes da reunião de encerramento do encontro. De acordo com a imprensa argentina, Kirchner só aceitou o convite para viajar a Brasília por dois motivos: para evitar comentários de que teria "abandonado" Lula em um momento de crise política no Brasil e para agradar o governo venezuelano, que tem manifestado entusiasmo com os planos de cooperação entre os três países.

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