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O ex-secretário geral do PT, Silvio Pereira, disse que a direção do partido e todos os 21 membros da Executiva Nacional petista sabiam sobre o esquema de caixa dois do partido, segundo publicou o jornal Folha de S. Paulo na edição deste domingo. O secretário não quis citar nomes, mas afirmou que a direção do partido estava ciente do esquema. No entanto, ele poupou o ex-minitro José Dirceu e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que Dirceu não era dirigente do partido e que Lula não se envolve nas questões partidárias, só nos assuntos políticos.
O custo das campanhas municipais nas grandes cidades foi muito alto, segundo Silvio Pereira, mas como afirmou Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, os dirigentes não procuravam saber exatamente como eram levantados os recursos utilizados e nunca questionaram suas origens.
Em entrevista ao jornal, o ex-secretário afirmou: "Agora, uma coisa era verdade, 27 Estados bateram à porta do Delúbio. Por que os Estados não assumem isso, pô? Todo mundo pegava no pé do Delúbio para arrumar recursos, todo mundo, todo mundo. Agora ele está lá, sozinho. As pessoas não perguntava: bom, de onde vem esse dinheiro?"
Silvio ainda confirmou o acordo com o PTB, de repasse de recursos do caixa dois do PT ao partido de Roberto Jefferson, mas disse não saber das cifras envolvidas. O acordo teria começado por causa da candidatura de Marta Suplicy à reeleição em São Paulo. Segundo ele, ela estaria ficando isolada e o custo para trazer o PTB e o PL para a campanha de Marta acabou sendo alto e pago pelo PT.
Apesar de tudo, Silvio diz que não guarda mágoas do PT e que não foi o bode expiatório da história. Ele mesmo se culpa por ter tido que renunciar ao seu cargo por ter aceito o carro no valor de R$ 73,5 mil de um empresário amigo seu que tinha contratos com a Petrobrás.
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