|
O Instituto Médico Legal (IML) investiga a hipótese de envenenamento na morte do legista Carlos Delmonte Printes, que foi encontrado morto na quarta-feira, no escritório onde costumava trabalhar, na zona Sul de São Paulo, segundo o promotor do caso Celso Daniel, Roberto Wider Filho. A hipótese levantada pelo filho de Printes, de que o legista teria morrido por problema no coração, provocado por uma pneumonia, já teria sido descartada. O laudo deve ficar pronto em dez dias. O promotor confirmou em entrevista que a investigação prossegue para a hipótese de envenenamento, já que foi descartada a morte por violência. "O escritório não estava desarrumado e não havia indício de morte violenta. O corpo estava sem escoriações nem hematomas", disse. Segundo o promotor, não é possível afirmar que a morte do perito foi "queima de arquivo". Ele comentou ainda que a hipótese de homicídio é remota.
Printes assinou a perícia da morte do prefeito de Santo André, em 2002, e alegou que o prefeito fôra torturado antes de morrer. Printes havia repetido a tese da tortura há poucas semanas, quando houve a reabertura do processo sobre a morte de Celso Daniel.
A primeira necropsia no corpo do legista havia indicado morte por doença. Há cerca de dois meses, Printes foi acometido de forte gripe após a realização de um curso, a qual evoluiu para pneumonia e, depois, miocardite (inflamação do miocárdio).
A possibilidade de suicídio também foi cogitada. A tese surgiu pelo fato de Printes ter deixado com um de seus filhos uma carta manuscrita na última segunda-feira. A mesma contém orientações na hipótese de o perito morrer, como o pedido para que o corpo fosse cremado e não precisasse ser submetido a necropsia.
A família estava em dúvida entre a cremação ou o enterro do corpo, mas decidiu que o perito será enterrado amanhã, segundo Rádio Jovem Pan. Para ser cremado o corpo, a família precisaria de uma autorização da Justiça.
O legista havia sido convocado para depor na CPI dos Bingos, para ajudar a esclarecer o caso Celso Daniel. Esta foi a sétima morte de pessoas ligadas ao caso.
O promotor Marcelo Camargo Milani foi nomeado pelo Ministério Público para acompanhar as investigações do caso Carlos Delmonte Printes. Milani acompanhou os casos von Richthofen, a gange Carecas do ABC e Pimenta Neves.
|
