A pesquisa de Avaliação Política da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), realizada no dia 2 de outubro, indicou que 66% dos eleitores paulistas não votariam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se a eleição fosse realizada naquele momento. Entre os entrevistados que votaram nele na última eleição, 49% não repetiriam o voto numa eventual participação de Lula no pleito presidencial do próximo ano.Cerca de mil pessoas responderam à pesquisa. Segundo a Fecomercio, atualmente, os eleitores da cidade de São Paulo representam 30% do total de todo o Estado paulista, que, por sua vez, corresponde a 23% do eleitorado brasileiro.
A pesquisa divulgada pela Fecomercio revela que 54% dos paulistanos desaprovam a gestão do presidente. De acordo com a entidade, se relacionado com a rejeição ao próprio Lula, de 66%, esse dado mostra uma inversão de tendência observada até recentemente, quando o presidente era mais bem avaliado que o seu governo. Desta vez, para os paulistanos, os resultados econômicos positivos parecem estar conseguindo preservar, em parte, a administração federal, mas não mais a figura política de Lula.
A administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito José Serra (PSDB), ambos possíveis candidatos às eleições presidenciais de 2006, tiveram avaliações melhores na pesquisa. Do total de entrevistados, 30% e 48% desaprovam esses governos, respectivamente. A gestão estadual tem 70% de aprovação, o que evidencia a vantagem de Alckmin em relação a Serra, que ficou com 52%, e a Lula, com 46%.
A pesquisa mostra também que a administração federal foi desaprovada por quase 40% daqueles que votaram no então candidato à presidência em 2002. Os eleitores de Lula foram capazes, por outro lado, de dar uma aprovação de 69% ao governo de Alckmin.
A gestão petista recebeu, neste mês, a menor nota desde o último mês de janeiro, de 4,4, em levantamento que vinha sendo realizado mensalmente pela Fecomercio. No primeiro mês de 2005, a gestão era avaliada com nota de 5,6. De acordo com a entidade, já que a economia encontra-se no seu melhor momento, a atual avaliação deve estar calcada na perda de confiança na administração federal e na contaminação negativa que a crise política trouxe para o núcleo do governo Lula.
A pesquisa questionou ainda as condições de Lula completar o mandato. Do total de entrevistados, 61% avaliam que o presidente vai cumprir com o período para o qual foi eleito. Mas quase 15% não sabem ou não responderam a essa pergunta.
Segundo a Fecomercio, este dado revela uma incerteza dos paulistanos em relação ao desenrolar da situação política. Esse cenário já provoca efeitos na perspectiva em relação à economia nos próximos 12 meses. A taxa daqueles que apostam na melhoria das condições econômicas caiu de 70%, em setembro de 2005, para 52%, neste mês.
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