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O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), defendeu o vice-prefeito Gilberto Kassab (PFL) das críticas que recebeu de aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Para Serra, "as pessoas podem emitir livremente suas opiniões". Aliados do governador criticaram uma eventual saída do prefeito José Serra da prefeitura para disputar a Presidência da República em função de Kassab, sobre quem recaem suspeitas de enriquecimento ilícito. Kassab nega. "O Gilberto Kassab é um homem correto, que tem cooperado muito com o trabalho da Prefeitura. É isso. Isso é tudo que eu tenho a dizer", afirmou a jornalistas nesta sexta-feira. "Agora, nós estamos trabalhando em função das questões da cidade e acho que as pessoas podem emitir livremente suas opiniões. Não tenho o que comentar a esse respeito", frisou Serra.
Alckmin evitou se manifestar sobre as críticas ao vice-prefeito paulistano, vindas de dentro do próprio PSDB, e preferiu defender a aliança com o PFL na administração municipal. "O PFL tem o nosso respeito. Nós trabalhamos para fazer a aliança com o PFL nas eleições municipais. Todos nós trabalhamos", afirmou Alckmin após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes sobre o lançamento de um comitê de combate à pirataria.
Serra e Alckmin disputam a indicação do partido para concorrer à Presidência da República. A temperatura subiu esta semana depois que o governador admitiu deixar o cargo, enquanto Serra não manifestou publicamente suas intenções. Agora, o fogo-amigo contamina a rivalidade. Correligionários do governador apontam dificuldades para Serra deixar a prefeitura, que seria assumida por Kassab, sobre quem recaem acusações de corrupção.
José Serra tem evitado se pronunciar sobre as pretensões de Alckmin de chegar ao Planalto e o governador paulista disse que considera normal a reação do colega de partido. "O Serra tem dito que não é candidato. E se isso (o fato de Serra não estar falando sobre a candidatura) for verdadeiro, não tem nenhum problema. É algo natural e do processo político", resumiu. Sobre seu anúncio de deixar o governo no Estado, Alckmin ainda afirmou que "está na hora de a gente dizer o que pensa".
Apoio
O prefeito participou da entrega do Paço Cultural Júlio Guerra e de um coreto na praça ao lado do edifício, no bairro de Santo Amaro, ambos reformados. A cerimônia aconteceu próximo ao Largo 13, local freqüentado, em sua maioria, por nordestinos. O prefeito estava acompanhado por três deputados federais, entre eles Zulaiê Cobra (SP), subprefeitos e o vice-presidente do banco Santander Banespa, o jornalista Miguel Jorge.
Em ritmo de festa, o músico Dominguinhos cantou "Asa Branca", acompanhado pelo prefeito. "Estamos aqui em Santo Amaro cheio de amigos fazendo o nosso trabalho, isso é o fundamental neste momento", disse Serra. No discurso, o prefeito voltou a criticar a operação tapa-buraco do governo federal, censurou governantes que demoram a aprender a governar e defendeu o mandato de quatro anos para o Executivo.
Já Zulaiê afirmou no palanque que Serra "é o futuro do país" e Miguel Jorge justificou sua presença pela proximidade da sede do banco, que também fica em Santo Amaro, e disse que conhece Serra há cerca de 40 anos. Um aliado do prefeito indica que ele se mantém na disputa. "Vamos viver três meses de turbulências", previu.
Rio de Janeiro
Outro confronto político entre PSDB e PFL ocorre no Rio de Janeiro, onde os tucanos romperam com o governo municipal do pefelista César Maia, que já se declarou candidato à Presidência, mas já apoiou publicamente Serra para o Planalto.
Indagado se o rompimento poderia significar um apoio da bancada carioca do PSDB a Alckmin, o governador paulistano esquivou-se. "Isso não tem nenhuma relação. São questões internas do Rio de Janeiro. E não tenho informação de rompimento, pelo contrário, o vice-prefeito do Rio é do PSDB", afirmou Alckmin, referindo-se a Otávio Leite.
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