Empresário nega saber de envio de dólares para PT

 

Politica - 08/02/2006 - 21:12:40

 

Empresário nega saber de envio de dólares para PT

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O empresário Roberto Carlos Kurzweil, 49 anos, paulista de Ribeirão Preto (SP), negou, em depoimento à CPI dos Bingos hoje, que tenha conhecimento sobre o transporte de dólares para caixa dois do PT em veículo da sua empresa. Mas, apesar de negar conhecimento sobre o caso, ele confirma ter alugado o carro para o partido. Kurzweil é engenheiro civil e tem empresas que trabalham para a administração pública - uma delas, com sócios estrangeiros, na Espanha. Ele disse que nunca foi filiado a partidos políticos e que não há variação anormal em seu patrimônio de 2002 para este ano. No depoimento, o empresário também negou qualquer tipo de contribuição para campanha política por meio de suas empresas. O empresário confirmou que alugava três veículos blindados para o diretório nacional do PT durante a campanha eleitoral de 2002. Mas afirmou ter "total desconhecimento" se um desses veículos carregou dólares enviados pelo governo cubano, como afirmou uma reportagem da revista Veja , no ano passado. Kurzweil disse que pode mostrar à CPI o contrato de locação, a nota fiscal e o pagamento efetuado pelo PT na conta da empresa dele. "Eu nunca cedi e nem emprestei automóvel nenhum para ninguém. Eu tenho uma locadora de veículos blindados e a função principal de uma locadora é locar", ressaltou. O empresário disse ainda que provavelmente foi um dos seus carros que transportou Vladimir Poleto. "Se o motorista Éder, que fez o depoimento aqui, confirmou isso, eu digo que, provavelmente, era um dos meus carros. Porque ele era o único motorista que atendia esses três carros do PT", afirmou. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), destacou que o motorista que teria transportado os dólares, Éder Eustaquio Macedo, afirmou à CPI que alguém da locadora o telefonou para que ele "exclusivamente" prestasse o serviço. Antes do depoimento de Kurzweil, os senadores receberam uma carta do empresário Roberto Colnaghi, dono da aeronave usada para transporte de caixas de bebidas de Cuba para o Brasil. Nela, o empresário reafirma que "a sua aeronave jamais foi locada a terceiros, nem cobrado qualquer reembolso por todos quantos nela viajaram". A carta desmente a versão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que teria afirmado em seu depoimento que o aluguel da aeronave foi paga com recursos do PT. "O PT disponibilizou um avião particular, alugou um avião para poder fazer a viagem", confirmou . Palocci alega que o uso do avião foi para uma viagem partidária e, portanto, teria que ser feita com recursos do PT, e não com recursos públicos. Diante da situação, o senador Antero Paes de Barros, apresentou requerimento, que será votado amanhã, solicitando que o ministro Antonio Palocci ratifique o seu depoimento. Caso o ministro confirme a sua versão, poderá ser indiciado pelo código de ética na administração federal. De acordo com denúncia publicada pela revista Veja, ano passado, os supostos dólares enviados por Cuba para campanha eleitoral do PT teriam sido transportados de Brasília para São Paulo em um avião do empresário. Durante depoimento nesta tarde, Kurzweil disse que conhece Rogério Buratti, ex-secretário em Ribeirão Preto, desde 1991, mas afirmou que nunca teve negócios com ele e que apenas conversou com Buratti cerca de 20 vezes. O empresário também negou conhecer ou ter qualquer tipo de negócio com pessoas do setor de jogos e bingos. Kurzweil disse que nunca teve contato com Waldomiro Diniz, ex-subchefe da Casa Civil; Ralf Barquete, ex-secretário da Fazenda de Ribeirão; e Vladimir Poleto, assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto na gestão de Antonio Palocci.

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