O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, afirmou nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o "favorito absoluto" nas eleições de outubro. Ele garantiu que, agora, não é candidato a nada, mas assim mesmo quer deixar o Ministério até o final de março.
"A gente nunca pode dizer que uma eleição está garantida de véspera, mas eu acho que o presidente Lula, em matéria de chance, tem 90 por cento para se reeleger. Ele é o favorito absoluto", disse Alencar a jornalistas no Palácio do Planalto. Durante viagem de Lula à África, ele ocupa a Presidência interinamente.
Perguntado se o pior da crise política, decorrente das denúncias de corrupção no governo e no PT, já havia passado para Lula, Alencar disse que para o presidente "nunca houve fase ruim". "Ele sofre com os acontecimentos porque tem muitos companheiros que foram atingidos, ele não."
Alencar voltou a dizer que deseja deixar o ministério até 31 de março, prazo final para a desincompatibilização daqueles que ocupam cargos executivos no governo e pretendem disputar as eleições de outubro. Mas ressaltou que isso não significa que disputará as eleições.
"Eu não quero me candidatar a nada, eu não sou candidato, porém não quero entrar na situação de não poder ser e se passar do dia 31 não posso dizer que não sou, não poderei ser", disse, tentando se explicar.
Perguntando se espera ser convidado pelo presidente Lula para compor novamente a chapa nas eleições de outubro, Alencar argumentou que "não existe candidatura a vice".
"Ela é fruto de convite e aceitação, tendo em vista as circusntâncias", disse. "Não posso aguardar, não é uma coisa que dependa de mim. O que vocês podem dizer é que o Zé Alencar não é candidato a nada."
O presidente Lula ainda não se declarou publicamente candidato à reeleição, mas a expectativa geral é que ele tente um segundo mandato. Isso não significa, porém, que ele vá repetir a dobradinha com Alencar.
Apesar de insistir que não é candidato, Alencar deixou uma porta aberta, quando perguntado se poderia disputar o governo de Minas, contra o atual titular do Palácio da Liberdade, Aécio Neves (PSDB). "Há um tempo para cada coisa, não dá para se falar disso agora."
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