Com a ajuda da polícia espanhola, a Polícia Federal brasileira começou a desmontar nesta terça-feira uma rede internacional de pedofilia, e um jovem no Rio de Janeiro se jogou do 6o. andar do prédio onde morava, assustado com a presença de policiais.
Somente no Rio, a polícia cumpriu 10 mandados de busca e apreensão de computadores que seriam usados para receber e transmitir fotos de crianças e adolescentes em posições sensuais e fazendo sexo.
Ao todo, a PF tinha 34 mandados de busca e apreensão para cumprir em 11 Estados brasileiros.
A operação, denominada Azahar, ocorreu simultaneamente em 30 países da América do Sul, Estados Unidos e Europa e tinha 130 alvos.
As investigações começaram em outubro de 2005 na Espanha, que desenvolveu um programa de rastreamento de pedofilia pela Internet. A partir de então, o país europeu entrou em contato com as polícias federais dos países que tinham integrantes na rede internacional de pedofilia.
Os espanhóis revelaram os IPs, protocolos de Internet, dos usuários, permitindo que a PF conseguisse junto aos provedores o nome e endereço dos pedófilos.
"Esse é um crime hoje em larga escala no Brasil e no mundo. É difícil de encontrar todos...isso ocorre em razão do largo uso da Internet", disse o superintendente da PF do Rio, José Milton Rodrigues.
Ele informou que os computadores apreendidos serão periciados nos próximos 30 dias.
Os acusados poderão pegar pena de 1 a 4 anos de reclusão com base no estatuto da criança e do adolescente, que prevê penas dessa ordem para quem transmitir e divulgar fotos pornográficas de crianças.
MORTE NO RIO
No Rio de Janeiro, um jovem de 17 anos morreu na operação Azahar. Vitor Neves Pereira Lima ficou assustado com a chegada da Polícia Federal ao apartamento onde morava com os pais e a irmã e se jogou do 6o. andar do prédio.
"Foi uma atitude inesperada. Se fosse uma operação contra traficantes ou contrabandistas, você ainda espera uma reação destas pessoas...O computador dele foi periciado e os peritos descobriram que ele recebia e transmitia imagens de menores", completou Rodrigues.
A PF abriu um inquérito para investigar a morte de Pereira Lima.
Os policiais foram na manhã desta terça-feira à casa da vítima, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
"Os agentes entraram no apartamento para cumprir os mandados, mas não haveria prisão. Era pegar e ir embora. Os peritos avaliaram o computador da irmã dele e não encontraram nada, mas encontraram indícios no computador do rapaz", afirmou o relações-públicas da Polícia Federal, Clóvis Franco.
"Ele estava na sala com a família e pediu para ir até o quarto. Como o escrivão desconfiou, foi até lá e viu que ele tinha se jogado do 6o. andar", acrescentou.
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