O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apontou nesta terça-feira que a "cultura inflacionária e mecanismos de indexação formais ou informais ainda persistem na economia brasileira".
Em material preparado para apresentação à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Meirelles citou ainda que o quadro de estabilidade de preços precisa ser consolidado em maior escala.
Ao iniciar seus comentários, o presidente do BC repetiu que "inflação baixa é pré-condição para o crescimento ".
Meirelles criticou também a idéia de que uma maior flexibilidade no controle da inflação possibilitaria o desenvolvimento do País. "Essa não é a experiência do Brasil e não é a experiência de nenhum país", afirmou Meirelles.
O líder do BC defendeu a tese por meio de transparências que demonstraram que, entre 1990 e 2004, vários países que tiveram bom crescimento econômico mantiveram a inflação sob controle.
Meirelles deu como exemplos a China, cujo Produto Interno Bruto teve crescimento médio anual de 9,3%, enquanto a inflação ficou em 5,3%, e Singapura, com crescimento médio anual do PIB de 6,5% e inflação de 1,6%.
Por outro lado, disse Meirelles, o México registrou crescimento médio anual de 3,1% e inflação de 15,2%. No Brasil, o PIB teve crescimento médio anual de 2% e a alta da inflação foi de 146,3%. "Países só crescem de maneira sustentada com controle da inflação", afirmou Meirelles.
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