O sub-relator da CPI dos Correios, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), afirmou ontem que uma nova CPI pode ser criada para investigar as recentes denúncias do escândalo do "mensalão", publicadas pela revista Veja. O deputado chegou a sugerir a prorrogação da CPI dos Correios para seguir as investigações, mas, se isso não for possível, disse Paes, é preciso a criar uma nova comissão.
De acordo com a revista Veja, o "mensalão", a compra de apoio para o governo, atingia 55 dos 81 deputados peemedebistas. Entretanto, não há provas documentais. A denúncia dá conta de que o advogado Roberto Bertholdo, do Paraná, era o operador do "mensalão" na bancada do PMDB. Ele seria ligado ao deputado José Borba (PMDB-PR), que renunciou por envolvimento no "mensalão".
A revista diz ainda que a usina de Itaipu seria uma nova fonte para o caixa dois dos aliados do governo, com uma propina de US$ 6 milhões. O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, também aparece no escândalo, como tendo recebido dinheiro para elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-prefeita Marta Suplicy na campanha de 2002.
De acordo com a Folha de S.Paulo, Paes afirmou que o objetivo da nova CPI seria investigar as acusações envolvendo Itaipu e outra empresa do setor elétrico, Furnas, que já é alvo de outras denúncias.
"Não podemos terminar a CPI deixando de esclarecer todos os assuntos. Pelo que eu entendi, esse esquema de Itaipu ocorreu dentro do "valerioduto". Ou se prorroga a CPI dos Correios ou se forma outra comissão para apurar as novas denúncias", afirmou Paes. O deputado Maurício Rands (PT-PE), que também é sub-relator da comissão, disse que a prorrogação é discutível, mas vê a medida com "cautela porque o País não pode se preocupar tanto com CPI".
A CPI dos Correios deve encerrar seus trabalhos em abril, mas o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) já havia admitido a poasssibilidade prorrogação. O prazo maior seria necessário, segundo ele, para investigar as novas denúncias ligando o presidente do Sebrae e amigo do presidente Lula, Paulo Okamotto, com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e Duda Mendonça.
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