|
Um grupo de 1,3 mil manifestantes invadiu hoje o prédio da Câmara dos Deputados em Brasília causando ferimentos em mais de 20 pessoas. Os integrantes do Movimento da Libertação dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MLST) destruíram totalmente a porta de vidro da entrada do anexo principal e seguiram destruindo o interior do local em direção ao Salão Verde, em frente ao plenário.Um funcionário da casa sofreu traumatismo craniano e teve de ser levado para um hospital. Outro homem, ainda não identificado, fraturou a perna no acesso ao anexo 4. Alguns manifestantes também se feriram durante o quebra-quebra e foram atendidos na enfermaria do local.
Segundo Valmir Macedo, um dos líderes do MLST, o protesto ocorre em repúdio ao trabalho escravo existente no País e ao Congresso que não votou ainda o orçamento da União, além de ser a favor da Reforma Agrária. Ele afirma que há manifestantes vindos de São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Alagoas, São Paulo e Tocantins. Macedo ressaltou que a manifestação e o MLST não têm ligação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Um carro Uno, que estava estacionado em frente ao prédio, foi virado pelos manifestantes. O grupo se dirigiu até o Salão Verde, em frente ao Plenário da Câmara, onde estão concentrados. No caminho, foram destruídas iluminárias e painéis.
Dezenas de agentes da Segurança da Câmara impedem a entrada no Plenário, onde ocorria uma sessão. No salão Azul, do Senado, agentes de segurança se mobilizam para barrar o movimento.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que conhece uma das lideranças do movimento, Bruno Maranhão, e irá conversar pessoalmente para que eles se retirem pacificamente do local. O MSLT informou que montou uma comissão para negociar a saída com deputados.
Dois manifestantes saíram algemados do local. A segurança no gabinete do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, também foi reforçada após o incidente, assim como as passagens para os anexos com gabinetes de demais deputados.
Violência
Segundo Valmir Macedo, o movimento pretendia entrar pacificamente no local, mas foi impedido. "Não tivemos outra alternativa a não ser entrar deste modo", disse ele.
|
