Foram apresentadas ontem duas cartas enviadas por parentes do ex-prefeito de de Santo André, em São Paulo, Celso Daniel. Nos documentos, endereçados ao advogado Hélio Bicudo, ligado ao PT e portador das correspondências, e à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, o casal Bruno Daniel e Marilena Nakano, irmão e cunhada de Celso Daniel, alegam que o governo federal pressiona a resolução do caso da morte do ex-prefeito. Celso Daniel foi seqüestrado em janeiro de 2002 e, posteriormente, encontrado morto.
O Ofício Francês de Proteção aos Refugiados e Apátridas (OFPRA) reconheceu Bruno e Marilena como refugiados políticos. O casal e os três filhos deixaram o Brasil em março de 2006. Eles pediram abrigo após alegarem que estariam recebendo ameaças.
"É preciso deixar a Justiça atuar sem pressões", disse Bicudo sobre as cartas.
No documento endereçado à Ellen Gracie, o casal relata: "Depois de termos vivido os duros anos da ditadura militar, não imaginávamos que alguém seria obrigado a sair do país e se refugiar em outro". bruno e Marilena se dizem preocupados com uma ação que tramita no STF questionando a legalidade do trabalho de investigação da promotoria sobre o caso.
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