A reunião ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para a próxima quarta-feira vai tratar da criação de um imposto permanente para o financiamento da saúde. A informação é do ministro José Gomes Temporão (Saúde), que tenta negociar com o Ministério da Fazenda recursos para o PAC da Saúde. O debate sobre a reedição do imposto ressurge diante da dificuldade em definir as despesas que serão objeto do corte de R$ 20 bilhões.
"Semana que vem vai ter uma reunião ministerial. Com certeza, a questão será tratada", disse depois do encontro com Guido Mantega, titular da pasta da Fazenda.
Além de recriar a CPMF, os ministérios discutem os cortes no Orçamento. As resistências são grandes. Lula não quer mexer nas verbas de programas sociais e investimento e os ministros não aceitam abrir mão de recursos.
"Todos os ministros acham justos os cortes, desde que não lhes atinjam", disse o ministro das Relações Institucionais, José Múcio.
Múcio e Temporão estiveram com Mantega para negociações distintas. Enquanto o chefe da articulação política tentava definir as despesas que serão eliminadas, o titular da Saúde buscava assegurar reforço de verbas para sua pasta.
Meditação
Em resposta ao pedido de mais dinheiro, Mantega recomendou que Temporão medite sobre a necessidade de ajuste das contas.
O presidente da Comissão de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), e o relator, deputado José Pimentel (PT-CE), almoçaram com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie. Prometeram-lhe que não haverá corte nas obras iniciadas. Mas avisaram que o Judiciário terá que contribuir cortando o custeio e não aumentando a folha de pagamento.
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