A executiva do PT negou ter dado "carta branca" a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, para resolver o problema da dívida da campanha eleitoral de 2002. Integrantes da diretoria do partido afirmaram que nunca disseram para Delúbio resolver o problema como bem entendesse. As informações são da CBN.
Em depoimento prestado à Justiça Federal na quarta-feira, Delúbio disse que a cúpula do PT sabia de uma dívida não contabilizada de R$ 26 milhões e a diretoria teria cobrado dele uma solução.
Segundo o ex-tesoureiro, membros do partido como a ministra do Turismo, Marta Suplicy, o senador Aloísio Mercadante e o deputado Jorge Bittar (RJ) estavam na reunião. Na opinião de Bittar, Delúbio está usando uma manobra jurídica para envolver mais pessoas no escândalo.
"Eu vejo nessa iniciativa do Delúbio Soares uma manobra jurídica visando diluir responsabilidades, sobretudo com figuras que tenham alguma visibilidade pública. É o caso da ministra Marta (Suplicy), é o caso do senador Mercadante e é o meu caso", disse o deputado.
Bittar disse que ocupou o cargo de secretário-geral do PT entre 2003 e 2004 e teve diversos encontros com Delúbio. Ele disse, no entanto, que o ex-tesoureiro não falou em nenhuma das vezes sobre caixa 2. "Não me consta que tenha sido delegado a ele a tarefa de buscar tarefas que não fossem as tarefas normais".
O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Tomás, disse que Delúbio tenta se defender envolvendo o partido nas irregularidades. Na opinião dele, o ex-tesoureiro mentiu ao dizer que o partido deu aval às operações financeiras ilegais. "Eu compreendo a afirmação dele como uma estratégia de defesa, mas a afirmação dele não é verdadeira". "Falando em tese, é obvio que a direção do partido não deu carta branca pra ninguém, muito menos para algo que descumprisse a legislação", completou.
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