Maurício Soares, PSB, ex-prefeito de São Bernardo, ensaiava um retorno ao ninho petista desde meados de abril desse ano.
Desde o rompimento com o deputado estadual Orlando Morando, PSDB, Maurício parecia perceber que o caminho ficaria congestionado até a convenção do PSB para homologação de sua candidatura à prefeito de São Bernardo, novamente, em 2008.
Em abril, sua campanha havia sido bastante reduzida e, em maio, com a recusa de estar junto ao grupo na condição de vice na chapa que seria encabeçada por Orlando Morando, Maurício, estranhamente, trai o grupo governista depois de mais de uma década, e volta a estar próximo da legenda petista.
Em 1996, quando foi eleito pelo PSDB à prefeito de São Bernardo pela segunda vez, Maurício disse que era impossível efetuar qualquer trabalho produtivo no executivo dentro do PT de onde havia saído.
Durante a última década, dentro do poder sãobernardense, Maurício executou ou apoiou iniciativas que mudaram a cidade para melhor (slogan de todas as campanhas eleitorais municipais de 1996, 2000 e 2004).
A Prefeitura hoje abriga um legião de parentes, amigos e correligionários de Maurício, dentre eles sua esposa, Laerte Soares, seu filho e muitos outros.
Em uma atitude que estranhou a maioria dos membros que apoiam a a atual administração, Maurício, ferido por não ter a chance de se candidatar novamente ao principal cargo executivo do município, trai a confiança de seguidores do grupo governista e passa a apoiar uma candidatura oposicionista.
Sabe-se, de fontes internas, que membros do grupo que apoiam o ex-prefeito já estão contatando lideranças regionais em busca de apoio para a candidatura do atual ministro da previdência e provável candidato a prefeito pelo PT, Luiz Marinho.
Membros do PSB municipal já alrdearam que Maucício Soares deveria informar a população o valor que a oposição estaria lhe pagando para que desse seu apoio. Ademir Silvestre, ex-secretário de habitação de São Bernardo diz que Maurício traiu o grupo e não foi por empregos já que sua família estaria muito bem amparada em postos de destaque dentro da administração, mesmo após sua renúncia em março de 2003, quando Dib, seu vice na época, assumiu o posto de prefeito da cidade.
Para eleitores de diversos pontos da cidade a ida de Maurício para a oposição foi vista de forma negativa. "Ele está cuspindo no prato de comeu", diz José da Conceição do Alvarenga. "Esse é traíra mesmo, já traiu o PT uma vez, eu lembro bem disso e agora trai o PSB. Não é pessoa de confiança não", diz Maria Auxiliadora do Taboão e complementa "ele (Maurício Soares) deve assinar o nome com o 'S' de Soares escrito com '$'. Afinal, é tudo por poder e dinheiro né!", em comentário jocoso contra o ex-prefeito do município.
O diretório municipal do PSB deverá indicar o vice na chapa que terá como candidato a prefeito o deputado Orlando Morando. Nos bastidores comenta-se que o mais indicado seria o ex-deputado federal Edinho Montemor que já esteve ao lado de Morando em eleições passadas e possui uma vasta legião de votos nas periferias da cidade. Entretanto outros nomes podem estar presentes na escolha do vice como os de Ademir Silvestre, Valdir Mongnon, dentre outros.
A estratégia do grupo governista parece ser uma só, não mais antecidpar a chapa. "Na convenção estaremos prontos", diz um integrante tucano.
Maurício Soares, em não tiver legenda, ficará à margem do processo eleitoral e poderá, no máximo, estar em alguns palanques, promovendo e vangloriando o que atacou com tanta perseverança nos últimos anos.
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