Forças britânicas encontraram centenas de caixões contendo restos humanos, em um depósito nas proximidades da cidade de Zubayr, no sul do Iraque, e estão investigando a descoberta, informaram fontes militares, neste sábado.
"Obviamente, é uma descoberta pouco comum", disse o major Mike Edwards, um porta-voz das Forças Armadas da Grã-Bretanha, na Cidade do Kuwait. "Agora, estamos investigando de quem são as ossadas e como foram parar lá".
Não há informações imediatas sobre a nacionalidade dos mortos. Aparentemente, as mortes ocorreram há algum tempo e não na atual guerra do Iraque.
A região sul do Iraque foi o local de batalhas sangrentas nas últimas duas décadas, registrando um grande número de mortos entre 1980 e 1988, na guerra entre Irã e Iraque; na Guerra do Golfo de 1991; e na revolta dos muçulmanos xiitas ocorrida após a Guerra do Golfo.
"Os cerca de 200 caixões contêm bolsas plásticas etiquetadas uma por uma, e as bolsas plásticas têm restos humanos", disse o capitão Jack Kemp, de uma divisão de artilharia britânica.
"Vamos tratar o caso como sendo de fossa comum".
Um vídeo da Associated Press Television News mostrou vários caixões empilhados de um lado do depósito e outros alinhados no chão. As imagens trazem ainda um esqueleto no qual falta um dente frontal e com um grande buraco na região nasal.
Um soldado britânico encontrou pastas de arquivo contendo listas escritas em árabe, e outros descobriram um catálogo de fotografias, provavelmente dos mortos.
Os rostos nas fotografias estavam queimados, mutilados ou apresentavam cicatrizes, de acordo com Vanessa Allen, uma repórter da agência de notícias britânica Press Association. Alguns, aparentemente, receberam tiros na cabeça, segundo Allen.
A repórter disse ainda que depois de permitir que alguns jornalistas caminhassem pelo depósito, as forças britânicas interditaram o local.
Zubayr está a cerca de 16 quilômetros ao sudoeste de Basra, a segunda maior cidade do Iraque, com cerca de 1,5 milhão de habitantes.
As forças britânicas ainda tentam controlar a resistência em Basra, mas os comandantes não optaram por uma invasão direta.
(Com informações da Associated Press)
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