O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), instaurou processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Paulo Pereira (PDT-SP). Paulinho, que é presidente da Força Sindical, terá que responder a denuncias de que estaria envolvido no esquema corrupto de desvio de verbas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES). O esquema foi deflagrado na Operação Santa Teresa da Polícia Federal.
Antes de instaurar o processo, o presidente do Conselho se defendeu das acusações feitas pelo Corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PP-PE), de que ele teria demorado a iniciar as investigações para tentar proteger o deputado. "Senti forte pressão quando o corregedor, poucas horas depois de eu assumir, me criticou e entrou com uma representação contra mim. O corregedor me atirou para a imprensa causando grande constrangimento, como se eu fosse padrinho do Paulinho e eu nunca sequer falei com ele", disse Moraes.
O parlamentar escolheu o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) para ser o relator do processo contra Paulinho e o convite foi aceito. Antes de o deputado aceitar o pedido, ele recebeu um alerta do presidente do Conselho: "não vai ser tarefa fácil. Com certeza o senhor vai se levantar dessa cadeira e vai ter que responder a várias perguntas da imprensa e muitas vezes o senhor será prejulgado por isso, como eu fui julgado injustamente pelo corregedor e pela imprensa", disse.
A partir da abertura de processo, Paulinho será chamado a prestar depoimento, depois disso, o relator terá o prazo de 90 dias para concluir o caso. Dependendo do rumo das investigações, ele poderá até pedir a cassação de mandato de Paulinho. Caso isso aconteça, o futuro do pedetista como parlamentar será decidido no Plenário da Casa.