O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta sexta-feira a legislação eleitoral, que proíbe a inauguração de obras nos três meses que antecedem o pleito. O presidente, que assinou ordens de serviço para o início de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em doze Estados, afirmou que a Caixa Econômica ainda tem R$ 1,5 bilhão para ser liberado até o fim do mês. De 1º de julho em diante, disse, o Brasil ficará "paralisado" porque novos contratos não poderão ser assinados, sob pena de descumprirem a legislação eleitoral.
"No começo de julho, não podemos mais assinar contratos. A eleição nesse País (...) faz com que quem governa fique um ano sem governar", disse Lula, destacando que a mesma restrição deverá ocorrer no próximo pleito, em outubro de 2010.
"Você tem dinheiro, você tem necessidade, você tem pessoas que precisam, mas pelo falso moralismo não pode assinar contratos", disse o presidente.
"É o lado podre da hipocrisia brasileira. Você pára determinado tempo porque causa suspeição", disse. "Imagina um país que precisa gerar emprego. Imagina ficar três meses sem fazer nada. Isso é um alerta para os prefeitos que têm que preparar os projetos até o final deste mês", afirmou o presidente.
Ao assinar os contratos, Lula lembrou que seu governo não faz distinção entre governadores e prefeitos aliados ou oposicionistas e explicou que a liberação de recursos leva em conta apenas a necessidade da população local.
"Duvido que tenha algo mais republicano do que eu faço. Duvido que prefeito de qualquer partido tenha sido preterido no seu projeto por pertencer a uma organização política diferente da minha."
"O PAC é uma roda gigante que não pode parar de girar. Tem que girar alguns anos seguidos para o Brasil tentar se consagrar a fazer a reparação com os pobres desse País", disse.
