"Ficção e bobagens ofensivas". Assim o escritório do advogado Roberto Teixeira classificou a reportagem publicada na quarta-feira, 04/06/2008, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na notícia, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu acusa Teixeira de se valer de sua amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para favorecer o grupo que, no final de 2005, comprou a empresa de transporte aéreo de carga VarigLog.
"O jornal associou-se a dois personagens afastados de suas atividades por acusações diversas e graves (Denise e o empresário Marco Antônio Audi, afastado da gestão da empresa sob a acusação de atuar como "laranja" do fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson) e tornou-se porta-voz de interesses escusos, em que réus travestem-se de acusadores, em uma espantosa inversão de valores", afirma a nota divulgada nesta tarde pelo escritório Teixeira, Martins & Advogados.
O escritório representava os compradores da VarigLog, o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson, e os brasileiros Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo.
A nota afirma que o jornal, nos últimos dois anos, recebeu informações e documentos sobre a negociação e que as omitiu, optando por "alegações ordinárias e improváveis para construir a manchete".
"Todas as informações relacionadas à vida real da VarigLog encontram-se no processo que tramita na 17ª Vara Cível de São Paulo. A reportagem do jornal não teve o entusiasmo de procurar. Naquele processo há documentos relevantes que revelam quais foram os reais beneficiários de pagamentos realizados pelo sr. Audi com dinheiro da VarigLog", menciona a nota.
De acordo com a nota, o jornal "pretendeu transformar uma questão empresarial e judicial em uma questão política" e o encerramento das atividades da VarigLog e da Nova Varig só não ocorreu pelas firmes decisões do Judiciário.
"Enquanto esteve na Anac, a diretora Denise Abreu fez de tudo para impedir o restabelecimento da VarigLog e da Nova Varig. Uma autorização que deveria ser emitida em 30 dias demorou cerca de um ano. Linhas foram transferidas a outras companhias sem os requisitos legais. Sucessivas proibições dificultaram o resgate da companhia aérea", informou a nota.
O jornal O Estado de S. Paulo designou o repórter Ricardo Grinbaum, um dos autores da reportagem, a responder as críticas do escritório de advocacia. Grinbaum, no entanto, disse não ter o que comentar além do que for publicado no jornal.
Também em nota, o fundo de investimentos Matlin Patterson refutou as afirmações sobre o processo de aquisição da VarigLog e da Varig.
"Em momento algum houve qualquer tipo de favorecimento ilegítimo às empresas por parte de quem quer que seja. Sejam quais forem as razões ocultas dos acusadores, isso não altera os fatos estampados nos processos judiciais: as imensas dificuldades criadas pela Anac, para a ressurreição da Varig, e os graves ilícitos envolvendo desvio de recursos investidos na VarigLog".