O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou dia 8, terça-feira, durante o lançamento do programa de regularização fundiária de favelas, que, se o Estado tem dinheiro para financiar grandes empresas, o que às vezes é até necessário para a geração de empregos, tem de financiar a construção de moradias populares. Lula lembrou que alguns cidadãos não têm sequer casa e, muitas vezes, não podem pagar pequenas prestações. “O Estado é que tem de dar condições para que as pessoas melhorem”.
Ele se referiu ao ministro das Cidades, Olívio Dutra, e afirmou que, se o governo não pode fazer tudo, vai pegar o que está pior, vai pegar quem mora em palafitas, depois quem mora nas encostas”. Segundo Olívio Dutra, há um déficit habitacional no país que exige um investimento de R$ 3 bilhões por ano, durante 10 anos, para ser zerado. “Temos o sonho de, nos quatro anos do primeiro mandato de Lula, avançar significativamente na busca desse objetivo”, disse ele.
Lula participou no Memorial da América Latina, em São Paulo, do lançamento do Programa de Regularização Fundiária em favelas de São Paulo. O programa pretende beneficiar 48 mil famílias que moram nas 160 áreas públicas de favelas regularizadas pela prefeitura. O governo federal e a prefeitura também assinaram um convênio do Programa de Subsídio à Habitação (PSH) para 10 mil unidades habitacionais da cidade. Participam do evento, o ministro das Cidades, Olívio Dutra, a prefeita Marta Suplicy, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.
Na ocasião, Lula voltou a defender a postura da prefeita Marta Suplicy em relação aos empresários de ônibus da cidade. Os trabalhadores estão com braços cruzado pelo segundo dia consecutivo. Lula afirmou que empresários “mau-caráter” têm que ser banidos do transporte de São Paulo. Ele acrescentou que o governo está pronto para lidar com empresários, para ganhar, para perder, para fazer concessões. “Nós não queremos negociar com gente que age como bandido com o povo”.
Este foi o terceiro evento do presidente participou em São Paulo na terça-feira, dia 8. Logo no início da manhã, Lula tomou café com pelo menos 200 funcionários da Rolls Royce, no refeitório da empresa, em São Bernado de Campo. Lula afirmou que quer manter o hábito de sempre estar em contato com os operários e voltar às portas de fábrica. O presidente ainda disse que prefere que falem mal dele por ter feito algo errado e não que falem mal por algo que não tenha feito. O comentário se referia ao aumento da tarifa de energia e sobre a independência das agências na determinação de preços (Aneel, Anatel, etc...)
Em seguida, Lula participou da abertura da Feicon – Feira Internacional da Indústria da Construção, no Anhembi. Depois do evento no memorial da América Latina, o presidente retornou a Brasília. No próximo sábado, à tarde, ele volta a São Paulo, onde passa o domingo em seu apartamento em São Bernardo do Campo. Na segunda-feira, pela manhã o presidente Lula deverá visitar a montadora Ford no bairro do Taboão e, em seguida, participa, em São Paulo, de uma plenária sindical.
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