O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), informou nesta segunda-feira que vai levar ao Plenário da Casa nesta terça-feira o requerimento que pede a prorrogação dos trabalhos da CPI das Escutas Telefônicas por mais 30 dias.
O presidente afirmou que o assunto ainda será debatido com os líderes, mas garantiu que, no que depender dele, a comissão terá mais tempo para apurar as recentes denúncias da revista Veja de que o delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, teria espionado diversas autoridades durante a Operação Satiagraha. Em seu blog, o delegado negou as acusações e disse que a publicaçção de dados sigilosos na revista é crime.
"Vou levar a matéria ao Plenário amanhã, a minha posição é de prorrogar no sentido de acabar com investigações que façam uso de práticas ilegais", disse Temer. Para ele, a CPI pode contribuir na criação de uma nova legislação capaz de "dar um basta" no atual mecanismo de escutas telefônicas que, segundo o deputado, acabou sendo "banalizado".
"Nós temos que dar um basta nisso tudo, isso não pode ocorrer. (...) O que mais se faz é banalizar esse tipo de ação, o que acaba autorizando os outros a fazerem o mesmo", criticou. Ao ser questionado sobre o receio de ser grampeado, Temer ironizou: "hoje em dia dizem que se você não é grampeado nesse País, é porque você não tem importância".