O juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a quebra de sigilo telefônico do delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, que era responsável pela Operação Satiagraha. A ação resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas.
A autorização da quebra de sigilo ocorreu no último dia 4, mas foi divulgada hoje pela assessoria da Justiça Federal. Anteriormente, a Justiça Federal havia informado que a decisão era desta terça-feira. A quebra de sigilo vale para o período entre fevereiro e agosto de 2008. O juiz Ali Mazloum também determinou o afastamento do sigilo do inquérito que investiga o vazamento de informações da Satiagraha.
"Verifica-se que o segredo de Justiça deste inquérito policial não tem atendido aos ditames legais a que se destina. O sigilo não tem resguardado a investigação. Ao contrário, tem sido utilizado contra a sua regular realização", afirmou o juiz.
No fim de semana, a revista Veja publicou uma reportagem sobre supostas irregularidades cometidas por Protógenes na condução da operação. A publicação divulgou na edição do último fim de semana um suposto material que teria sido recolhido pela Polícia Federal num laptop e num pen drive do delegado.
De acordo com a reportagem, o delegado teria espionado ilegalmente a vida de diversas autoridades, como a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), além de senadores e deputados. Em seu blog, Protógenes negou as acusações.