"> Trump libera CIA para atuar na Venezuela e amplia tensão política nas Américas

 

Internacional - 16/10/2025 - 15:00:43

 

Trump libera CIA para atuar na Venezuela e amplia tensão política nas Américas

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Decisão do presidente americano acirra a crise diplomática regional, provoca reações no Congresso dos EUA e críticas de Lula e aliados no Brasil.

Decisão do presidente americano acirra a crise diplomática regional, provoca reações no Congresso dos EUA e críticas de Lula e aliados no Brasil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta semana que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela. Segundo fontes do governo e da imprensa americana, a medida concede à agência poderes para agir em território venezuelano com o objetivo de “enfraquecer redes ligadas ao narcotráfico e à corrupção estatal”. O anúncio representa uma virada na política externa de Washington em relação à América do Sul e reacende o confronto diplomático entre Caracas e os Estados Unidos.

Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump afirmou que a decisão “visa proteger a segurança nacional americana e impedir que criminosos cruzem as fronteiras”. O presidente ressaltou que “o regime de Nicolás Maduro transformou a Venezuela em um abrigo para traficantes e milícias”, e declarou que os Estados Unidos “não ficarão parados diante dessa ameaça”. Ao ser questionado se as ações buscariam a derrubada de Maduro, Trump evitou respostas diretas e afirmou apenas que “a Venezuela sente agora o peso do mundo livre”.

Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro reagiu com veemência. Ele classificou a decisão de Washington como “uma nova tentativa de golpe patrocinado pela CIA” e anunciou que seu governo apresentará uma denúncia à ONU. “Chega de agressões. Querem fazer na Venezuela o que fizeram no Iraque e na Líbia. Não permitiremos mais violações à nossa soberania”, afirmou em pronunciamento transmitido por redes estatais. O exército venezuelano iniciou manobras nos estados fronteiriços e elevou o nível de alerta nas instalações estratégicas.

O jornal New York Times revelou que a diretiva concede poderes extraordinários à CIA e que fontes próximas ao governo confirmam o interesse de Washington em enfraquecer o regime de Nicolás Maduro. Trump negou que a meta seja diretamente retirar o líder venezuelano do poder, mas deixou em aberto a possibilidade.

“Não seria uma pergunta ridícula para eu responder? Acho que a Venezuela está sentindo a pressão”, afirmou o presidente americano.

No Congresso americano, republicanos e democratas se dividiram. O senador republicano Marco Rubio declarou que a medida “é necessária para impedir que a Venezuela continue sendo um Estado mafioso”. Já o democrata Chuck Schumer criticou a operação, chamando-a de “erro histórico que pode mergulhar o continente em novo ciclo de violência”. Especialistas americanos em política internacional alertam que a autorização a órgãos de inteligência amplia a autonomia da CIA em ações externas e reduz os mecanismos de controle político sobre suas operações.

A reação se espalhou pela América Latina. Governos do México, da Argentina e do Chile pediram moderação, enquanto a União Europeia defendeu a via diplomática. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não citar Trump nominalmente, mas afirmou que “nenhum presidente de fora deve dar palpite sobre a soberania de outro país”. O Partido dos Trabalhadores divulgou nota oficial em defesa da Venezuela, caracterizando a medida americana como “afronta ao direito internacional”.

Por outro lado, parlamentares da oposição brasileira manifestaram apoio à decisão de Trump. Um grupo de deputados ligados à bancada da segurança pública afirmou que “o regime de Maduro representa uma ameaça direta e precisa ser contido antes que a Venezuela se torne um polo de instabilidade regional”. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tentou equilibrar a posição, reiterando que o Brasil “apoia a via diplomática, mas está atento aos desdobramentos de segurança na fronteira norte”.

Nos meios diplomáticos, analistas avaliam que a decisão de Trump enfraquece o diálogo regional e ressuscita práticas de intervenção indireta no continente. Especialistas latino-americanos apontam que a medida pode desestabilizar mercados de energia, afetar a produção petrolífera da Venezuela e criar novos focos migratórios. Um ex-diplomata brasileiro resumiu a preocupação ao afirmar que “toda vez que a CIA entra em um país da região, a instabilidade sai fortalecida”.

Apesar das críticas, Trump mantém o discurso de que “a prioridade é proteger os interesses dos Estados Unidos” e que “todas as opções continuam sobre a mesa”. A Venezuela, por sua vez, reforçou a defesa costeira e acionou aliados como Cuba e Bolívia em busca de respaldo político.

(*) Com informações das fontes: G1, Bloomberg Línea, TV Brasil, CNN Portugal, Correio do Povo, Euronews, The New York Times, Veja, Reuters, BBC News, SBT News e Meio.

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