Alexandre de Moraes tem se destacado no cenário político nacional como uma das figuras centrais do Supremo Tribunal Federal (STF). Nomeado em 2017 pelo então presidente Michel Temer, Moraes rapidamente assumiu papel de grande protagonismo, especialmente após assumir a relatoria do inquérito das Fake News em 2019, que investiga ameaças à democracia e desinformação, com foco em apoiadores de Jair Bolsonaro. Sua conduta tem dividido opiniões, visto que para parcela expressiva da direita e centro-direita, suas decisões configuram uma interferência política que ultrapassa o papel tradicional do Judiciário.
No STF, Moraes acumula investigações importantes e decisões que impactam diretamente governadores e atores políticos dessas vertentes ideológicas, influenciando a estabilidade política nacional. Ao mesmo tempo, atua como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde implementou resoluções para aprimorar o controle sobre fake news nas eleições e restringir ações que poderiam desequilibrar o processo eleitoral, gerando críticas de setores conservadores que alegam parcialidade e intervenção indevida.
A mídia nacional, especialmente a TV Globo, tem adotado uma postura editorial que favorece a esquerda e centro-esquerda, com coberturas que enfatizam a atuação de Moraes, legitimando suas decisões e influenciando subliminarmente sua audiência. Críticos apontam que essas matérias são direcionadas para reforçar narrativas alinhadas a essas forças políticas e deslegitimar a direita e centro-direita, influenciando a percepção pública de forma privilegiada.
No âmbito institucional, o STF, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o TSE mantêm posicionamentos que reforçam a relevância do ministro Moraes para a preservação da ordem democrática, embora o debate acerca dos limites de sua atuação ganhe corpo no meio jurídico e político. Moraes sustenta que suas ações visam combater ameaças à democracia e garantir eleições limpas, enquanto seus opositores denunciam o uso excessivo do poder judiciário para fins políticos.
Esse contexto revela um Brasil em tensão institucional, onde o Judiciário assume protagonismo político em meio à retração e fragmentação do Congresso. A postura ativa de Moraes representa um marco nessa dinâmica, atuando simultaneamente como guardião da Constituição e ator político controverso, cuja influência se estende de decisões judiciais a articulações políticas com governadores, sobretudo da direita e centro-direita, ampliando a discussão sobre os limites e os impactos da judicialização da política no país.
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, esteve à frente de diversas campanhas eleitorais como consultor político e de marketing, foi executivo de marketing em empresas nacionais e multinacionais, palestrante nacional e internacional para temas de marketing social, cultural, esportivo e de trasnporte coletivo, além de ministrar aulas como professor na área para 3º e 4º graus - www.barone.adm.br
(*) Com informações das fontes: BBC Brasil, CNN Brasil, G1, Gazeta do Povo, Brasil de Fato, Wikipedia, TV Globo.
