Conhecida como "Furacão da CPI", a assessora parlamentar Denise Leitão Rocha não trabalha mais no Senado Federal. Nesta segunda-feira (6), ela foi exonerada do cargo que ocupava no gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), conforme publicado em boletim administrativo do Senado.
A demissão dela foi uma resposta do parlamentar à divulgação de um vídeo íntimo de Denise na internet. A gravação mostra cenas de sexo entre ela e um homem identificado como policial. Ele prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal e disse que não foi responsável pelo vazamento do vídeo.
Procurado, o senador Ciro Nogueira estava em viagem. No entanto, a assessoria dele informou que a exoneração da assessora foi provocada pelo "constrangimento do vídeo".
Na avaliação do parlamentar, o trabalho de Denise Leitão, que acompanhava sessões das comissões no Senado, ficaria comprometido "daqui para frente", tendo em vista que o vídeo de Denise circulou pelos corredores do Congresso Nacional, entre políticos, servidores e jornalistas.
A advogada de Denise Rocha Leitão não foi localizada para comentar a exoneração.
O suspeito de vazar o vídeo com cenas de sexo da assessora parlamentar Denise Rocha pode pegar de três meses a um ano de prisão, além de pagar uma indenização para a loira. Denise tem sido chamada em Brasília de “Furacão” da CPI, já que costumava frequentar as sessões da CPI do Cachoeira.
É que apesar de o Brasil não ter uma legislação específica sobre crimes na internet, a exposição pública do vídeo íntimo pode se enquadrar, pelo Código Penal, no crime de difamação, que prevê a pena.
Suspeito de vazar vídeo da “Furacão” do Congresso pode ser preso

O principal suspeito de vazar o vídeo procurou a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) no Distrito Federal e negou que tenha vazado o vídeo. Segundo a delegada-chefe Ana Cristina Melo, ele procurou a polícia informalmente e se disse tão vítima como Denise.
A Deam vai analisar o vídeo nesta semana e, a partir de uma investigação de crimes na internet, tentar identificar de onde partiu o material.
— Nós temos uma divisão na Polícia Civil que investiga virtualmente. E temos todas as condições aqui na Deam de apurar isso. De qualquer forma, o rapaz nos procurou informalmente e negou que tenha feito o vazamento.
A advogada Marielle Brito, que atua na capital do País, explica que o autor do vídeo pode ter que indenizar Denise, além de ser alvo de ação penal.
— Ela pode pedir reparação pelos danos morais sofridos em um valor que achar suficiente para reparar seu dano.
O valor pode ser ainda maior se Denise realmente for demitida do Senado, onde trabalha como assessora parlamentar do senador Ciro Nogueira. Mas isso só ocorrerá após uma condenação na Justiça, explica a advogada.
— Ela também pode pedir danos materiais pelos lucros cessantes, incluindo o montante da soma dos salários que ela receberia até o final do mandato do senador, em que o emprego estava supostamente garantido.
De acordo com a advogada, o fato de a loira saber que estava sendo filmada não minimiza o crime de divulgar o vídeo.
Investigação
A chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher no Distrito Federal, Ana Cristina Melo, retorna de férias nesta terça-feira (24) com a missão de investigar o caso. A delegada explicou que o primeiro passo é ouvir o suspeito e a vítima.
— Em geral, a gente colhe depoimentos tanto da vítima como do acusado. Chego de férias hoje, vou me inteirar do caso e iniciar a apuração.
A um jornal carioca, Denise contou que o vídeo foi gravado pelo ex-namorado, principal suspeito de vazar o documento.