AO PRESIDENTE DO STF JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES.
Ilustre brasileiro Joaquim Barbosa.
Permita-me não chamá-lo de ministro, pois sua coragem e respeito à nação foi muito além desse título, um título que muitos o tiveram e muitos o têm, mas poucos fizeram e fazem por merecê-lo a ponto de se tornarem Ilustres brasileiros.
Lembro-me de suas palavras quando o procurei as vésperas do julgamento da inconstitucionalidade do exame de ordem em outubro de 2011, que ao dizer-lhe que o exame de ordem cairia o senhor me perguntou: “O que faz você acreditar que o exame de ordem cairá?” E ao lhe responder que era a Constituição Federal, o senhor sorriu, mostrando-me de forma clara seu respeito pela carta magna.
Apesar de tomar conhecimento de sua ausência antes mesmo daquele julgamento por motivo de sua saúde, após a decisão inesperada com mudanças de opiniões repentinas do relator daquele RE em questão e do Procurador Geral da República, onde já haviam mostrado ao país que o exame da OAB seria inconstitucional, hoje, me alegro em saber que não esteve presente naquela seção, pois eu estaria ainda mais inconformado, por acreditar que um voto digno, justo e corajoso teria sido vencido.
Nobre conhecedor das normas constitucionais, o Brasil se curvou diante de seu exemplo de coragem, dignidade e sabedoria, onde, por mais que os demais julgadores tentaram brilhar ao justificarem seus votos, a sociedade notou claramente a escuridão da vergonha na absolvição e até mesmo o brilho ofuscado nas condenações dos réus do chamado mensalão perante a luz que o iluminou mediante sua postura e patriotismo.
Há muitos anos que o Brasil não sente orgulho de um brasileiro que detém o poder, cheguei a pensar que nosso país havia perdido totalmente as referências necessárias dos valores morais e éticos devido a tantas injustiças e descaso do Estado para com a sociedade, porém, a nação brasileira, não só voltou a ter novas esperanças nesse sentido, como também foi presenteada por Deus, com uma forte referência a ser seguida no tocante aos valores fundamentais à vida na sociedade, sua nobreza, dignidade e coragem.
Foi lamentável nesse dia histórico, 22 de novembro de 2012, onde pairou a alegria do povo brasileiro ao vê-lo empossado na presidência da Suprema Corte, ouvir o presidente do Conselho Federal da OAB, em seu discurso, menosprezar o judiciário na primeira instância e enaltecer o exame de ordem, que nada tinha a ver no contexto dessa nobre e histórica solenidade, levando a crer que foi devido estar no STF o processo em que o Conselho Federal da OAB pede a cassação da liminar deferida pelo Desembargador Vladmir Souza Carvalho, essa que garantiu a inscrição de dois bacharéis em direito na OAB independente do exame de ordem e, notoriamente tentando influenciar o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, que é contrário ao exame e demais autoridades competentes no sentido de manter esse falso instrumento de qualificação profissional que gera milhões de reais aos cofres da OAB a custa do desemprego e da miséria. Nesse caso, uma falta de respeito, até porque, esse dia foi de Vossa Excelência e da nação brasileira, não dos interesses de quem quer que seja. Mas felizmente na sequencia, como já era de se esperar em seu pronunciamento, ao ouvir suas sábias palavras, ficou claro sua inconformidade com as injustiças cometidas nesse país e as mudanças que doravante terá o judiciário em prol dos direitos e da igualdade. Acho que ele entendeu o recado.
Excelentíssimo Presidente do STF Joaquim Barbosa, como simples cidadão que clama por justiça, assim como quase que a totalidade dos brasileiros, digo quase, pois não incluo grupos minoritários que covardemente promovem injustiças explorando os inocentes, e em nome da Ordem dos Bacharéis do Brasil e de seus membros, desejo-lhe que se fortaleça cada vez mais, que seu senso de justiça prevaleça em cada decisão, que os criminosos que se acham grandes se tornem pequenos perante a igualdade e paguem por seus crimes, para que a sociedade sinta orgulho e tenha respeito por seus governantes e autoridades, não vergonha e medo como ocorre atualmente.
Nem um homem é justo o bastante para promover a justiça plena por ser passivo de erros, porém, somente aquele que luta pela igualdade, comete injustiça involuntariamente, tem a humildade da retratação e grandeza da reparação é digno para ocupar um cargo de tão grande importância.
Parabéns Presidente da Suprema Corte Joaquim Benedito Barbosa Gomes.
Willyan Johnes - Ordem dos Bacharéis do Brasil
