A cerimônia de sorteio dos grupos da Copa das Confederações transcorria muito bem ensaiada. Até demais, meio sisuda. Os discursos de abertura do presidente da Fifa Joseph Blatter, do presidente do Comitê Organizador Local (COL) José Maria Marin e da presidente da República Dilma Rousseff foram no tom de que “há muito trabalho pela frente” e de que será uma “grande responsabilidade”. Clima de seriedade no ar e nas expressões da plateia, formada por muitos políticos, autoridades do mundo do futebol e convidados engravatados. Mas o ex-jogador Cafu driblou os semblantes fechados.
O capitão do penta foi responsável por apresentar pela primeira a bola que será usada na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014. “Elegante como sempre, heim, Glenda (Kozlowski)?”, brincou Cafu logo na chegada com a apresentadora da Rede Globo e da cerimônia deste sábado realizada no Pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. Glenda, que usava vestido cheio de brilho e sandália salto agulha, agradeceu e sorriu. Na plateia, suspiros e sorrisos.
Quando apresentou a bola como “Cafusa”, arrancou gargalhadas pela semelhança da sonoridade com seu apelido. “Não tem nada a ver comigo, heim? Será que é só uma coincidência?”. Depois explicou que a ideia da empresa de materiais esportivos fabricante da bola foi fazer um produto que misture “carnaval, futebol e samba” - pegando carona no conceito dos “cafuzos”, descendentes da miscigenação de negros e índios muito comuns no Brasil.
Cafu ainda falou sobre o orgulho de apresentar “uma bola 100% brasileira, como nossa Seleção”. Seria referência ao fato de não haver nenhum jogador naturalizado, diferente de muitas outras seleções pelo mundo? Se foi mesmo a intenção, passou com muita sutileza.
De saída, dispensou o cumprimento formal e bateu a mão com o secretário-geral da Fifa Jerôme Valcke como se fosse seu “mano” do Jardim Irene, bairro paulistano eternizado pelo ex-jogador com o nome escrito na camiseta a qual usava quando levantou a taça do pentacampeonato mundial.
