Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) reduziram a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano. A estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, caiu de 1,54% para 1,27%.
A queda brusca na estimativa de mercado acontece após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter divulgado que o País cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre do ano, frustrando as expectativas oficiais, que diziam que a economia brasileira retomaria o ritmo no trimestre, crescendo 4% nos últimos meses do ano.
A estimativa para o PIB de 2013 também foi revista, passando de 3,94% para 3,7%, percentual menor que o esperado pela área econômica do governo, que aposta em um crescimento entre 4% e 5%.
O baixo crescimento da economia brasileira em 2012 acompanha o ritmo mundial, num ano marcado pela deterioração da crise financeira das economias desenvolvidas. Na tentativa de reduzir os efeitos da crise, o governo adotou uma série de medidas para incentivar a produção e tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado externo.
A desoneração de setores da economia e a redução de tributos para o consumidor anunciadas ao longo deste ano vão gerar uma renúncia fiscal (queda na arrecadação de impostos) de R$ 45 bilhões. A receita menor impactou também a meta de superávit primário do governo, que é a economia feita para pagamento dos juros da dívida. A meta para este ano é economizar R$ 139,8 bilhões, mas o governo já admitiu que não vai atingir o esforço fiscal planejado. Na tentativa de cumprir a meta, os investimentos feitos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão contabilizados como esforço fiscal, manobra prevista na lei orçamentária.