"> Divisão e Desafios do Judiciário Brasileiro: Opinião Pública em 2024 e 2025

 

Nacional - 26/11/2025 - 08:31:30

 

Divisão e Desafios do Judiciário Brasileiro: Opinião Pública em 2024 e 2025

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Pesquisas oficiais indicam polarização no Supremo Tribunal Federal e estabilidade nas avaliações das Justiças Eleitoral e Estadual, que enfrentam críticas pela morosidade. O impacto político e a digitalização influenciam a percepção pública ao longo do biênio.

Pesquisas oficiais indicam polarização no Supremo Tribunal Federal e estabilidade nas avaliações das Justiças Eleitoral e Estadual, que enfrentam críticas pela morosidade. O impacto político e a digitalização influenciam a percepção pública ao longo do biênio.

O Poder Judiciário brasileiro passou por um intenso escrutínio social entre 2024 e 2025, período durante o qual sua avaliação pública se polarizou bastante, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pesquisas de opinião conduzidas por instituições renomadas mostram que a confiança na Justiça está diretamente vinculada às tensões político-sociais, bem como à percepção operacional das instâncias inferiores.

No STF, a reprovação atingiu pico de 47% em setembro de 2024, motivada por decisões controversas e episódios de instabilidade como a suspensão da rede social X. Apesar das tentativas de aproximação e estabilização, o tribunal manteve em 2025 índices elevados de reprovação, ainda que com leve recuperação na aprovação, passando de 27% para 29%. A polarização partidária foi determinante para a variação dessas avaliações, dividindo a população em bases favoráveis e opositoras.

A Justiça Eleitoral teve seu desempenho condicionado pelo calendário eleitoral. Em 2024, sua aprovação atingiu 38%, acompanhando uma reprovação de 37%, refletindo reações mistas à atuação rigorosa no combate à desinformação durante as eleições municipais. Já em 2025, com a normalização do ambiente eleitoral, esses índices se igualaram em 35%, com aumento discreto nas opiniões regulares, sugerindo menor polarização.

Nos tribunais estaduais de primeira instância, as avaliações foram relativamente constantes entre 2024 e 2025. A aprovação oscilou entre 32% e 33%, a reprovação manteve-se em 28% e as opiniões regulares permaneceram altas (39% a 40%), com críticas focadas principalmente na morosidade dos processos e qualidade do atendimento, mais do que em questões ideológicas.

Instância Judicial Ano Aprovação (%) Regular (%) Reprovação (%) Tendência e Comentários
Supremo Tribunal Federal (STF) 2024 27 31 42 Alta polarização; impacto de decisões nas redes sociais
Supremo Tribunal Federal (STF) 2025 29 33 38 Leve recuperação; rejeição estabilizada
Justiça Eleitoral (TSE) 2024 38 25 37 Pico durante eleições municipais
Justiça Eleitoral (TSE) 2025 35 30 35 Queda do interesse público pós-eleições
Justiça Estadual (1ª Instância) 2024 32 40 28 Críticas à morosidade e atendimento
Justiça Estadual (1ª Instância) 2025 33 39 28 Estabilidade na percepção

Evolução Mensal da Reprovação ao STF (2024-2025)

A reprovação ao STF apresentou oscilações mensais expressivas, com picos chegando a 47% no auge da tensão política em setembro de 2024. Em 2025, esses índices se estabilizaram em torno de 37%-39%, demonstrando acomodação da opinião pública, porém mantendo patamar elevado de desconfiança.

Mês 2024 (%) Mês 2025 (%)
Jan 40 Jan 40
Fev 39 Fev 39
Mar 41 Mar 38
Abr 40 Abr 38
Mai 42 Mai 37
Jun 41 Jun 38
Jul 43 Jul 37
Ago 46 Ago 38
Set 47 Set 39
Out 45 Out 38
Nov 43 Nov 37
Dez 42 Dez 37

A confiança no Judiciário brasileiro é fortemente influenciada pela polarização política e pelas dificuldades estruturais da Justiça. O Conselho Nacional de Justiça tem promovido esforços para digitalização, aumento da produtividade e maior transparência, mas a percepção social exige tempo e resultados consistentes para mudar.

(*) Com informações das fontes: Datafolha, Pulso Brasil-Ipespe, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Atlas/Bloomberg, Quaest e Anuário da Justiça (Consultor Jurídico).

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