"> Morte de Raed Saed em ataque israelense amplia pressão sobre cessar-fogo em Gaza

 

Internacional - 13/12/2025 - 14:31:28

 

Morte de Raed Saed em ataque israelense amplia pressão sobre cessar-fogo em Gaza

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / ALFA PRESS

 

Exército israelense elimina comandante do Hamas Raed Saed em Gaza City durante trégua frágil. Hamas acusa violação; EUA e ONU alertam para riscos à mediação e à proteção civil.

Exército israelense elimina comandante do Hamas Raed Saed em Gaza City durante trégua frágil. Hamas acusa violação; EUA e ONU alertam para riscos à mediação e à proteção civil.

A morte de Raed Saed, apontado por Israel como um dos principais responsáveis pelos ataques de 7 de outubro de 2023, ocorreu em um ataque aéreo contra um veículo em Gaza City, em meio a um cessar-fogo em vigor desde outubro, mas com violações recorrentes de ambos os lados.

Autoridades militares israelenses descrevem Saed como dirigente central da estrutura militar do Hamas, supervisor da produção de armamentos e segundo no comando da ala armada, elevando a operação à eliminação mais significativa de um quadro do grupo desde o acordo de trégua. Autoridades de saúde em Gaza relatam cinco mortos e pelo menos 25 feridos no bombardeio, que Israel justifica como resposta a um explosivo do Hamas que feriu dois soldados israelenses mais cedo no mesmo dia.

Do ponto de vista israelense, a ação responde diretamente à ativação de um artefato explosivo que machucou forças em patrulha no sul de Gaza, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Israel Katz afirmando em comunicado conjunto que ordenaram a eliminação de Saed por encabeçar o reforço militar do Hamas. O Exército israelense reforça que Saed trabalhava para restaurar capacidades operacionais do grupo, violando o cessar-fogo, e que sua presença em áreas civis legitima o ataque sob normas de autodefesa. Analistas destacam que a operação, baseada em inteligência de longo prazo, não se limitou ao incidente imediato, mas visou neutralizar um planejador chave dos eventos de 2023.

O Hamas classifica o ataque como violação clara do cessar-fogo, alegando ter mirado um veículo civil fora de Gaza City, e evita confirmar inicialmente a morte de Saed para enfatizar o caráter político da ação e sabotagem às negociações. Posteriormente, líderes do grupo em Gaza confirmam a perda, descrevendo-a como golpe em tempos difíceis, mas insistem na continuidade plena de operações militares. A organização acusa Israel de usar a trégua para impor superioridade pela força, testando mediações internacionais.

Autoridades dos Estados Unidos buscam equilíbrio entre apoio à autodefesa israelense contra ameaças do Hamas e preocupação com a fragilidade da trégua, com fontes diplomáticas destacando que operações contra líderes armados não devem desviar o foco da proteção civil e de acordos duradouros.

Uma formulação recorrente em círculos de Washington resume a posição como: “qualquer operação contra líderes armados não pode desviar o foco central, que é a proteção de civis e o avanço de um acordo político duradouro”.

O episódio preocupa por potencialmente atrasar negociações sobre reféns e reconstrução.

Na ONU, membros do Conselho de Segurança e agências humanitárias alertam para risco de escalada, enfatizando a obrigação de respeitar a trégua em meio à devastação humanitária.

Declarações diplomáticas resumem a visão como: “a eliminação seletiva de dirigentes, em contexto de trégua frágil e de devastação humanitária, aprofunda a desconfiança e compromete a credibilidade de qualquer processo de mediação”. Líderes europeus e árabes combinam reconhecimento aos ataques de 2023 com advertências sobre erosão da confiança para diálogos futuros.

O caso de Saed aprofunda debate sobre se eliminar comandantes do Hamas reduz sua coordenação ou estimula reposição de quadros e ressentimento civil palestino. Reações internacionais inserem o episódio em pressões por uma ordem pós-guerra, ampliando disputas sobre violações da trégua e accountability em um conflito que redefine limites da força.

(*) Com informações das fontes: Reuters, Al Jazeera, Washington Post, Times of Israel, The Guardian, ABC News, The New Arab.

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