O Federal Reserve (Fed) cortou a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, levando o intervalo para 4% a 4,25% ao ano. A decisão, anunciada em 17 de setembro de 2025, foi a primeira redução desde dezembro de 2024 e sinaliza a intenção do banco central de manter um ritmo constante de cortes nas próximas reuniões até o fim do ano. Essa ação reflete a preocupação crescente dos formuladores de política monetária com a desaceleração econômica e o aumento do desemprego, mesmo diante da persistência da inflação.
A redução parcial na taxa básica de juros ocorre em um contexto no qual as autoridades do Fed passaram a priorizar o estímulo ao crescimento e a proteção do mercado de trabalho. As projeções divulgadas pelo comitê indicam pelo menos dois novos cortes de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões de 2025. O movimento de flexibilização monetária contrasta com o histórico recente de elevações e estabilizações da taxa, que vinha sendo mantida para conter pressões inflacionárias.
O mercado internacional reagiu ao anúncio do Fed refletindo movimentos nas taxas de câmbio e fluxos de capitais. A decisão tende a reduzir o diferencial de juros entre os Estados Unidos e outras economias, influenciando as cotações do dólar frente a moedas como o real brasileiro, o yuan chinês, o dólar canadense, a libra esterlina, o euro e o iene japonês. Adicionalmente, fatores como o cenário político-comercial global, a evolução das cadeias produtivas e o desempenho dos indicadores econômicos locais também reagiram à política monetária americana, mantendo o dólar em variações que indicam certa cautela dos investidores.
E a seguir, tabela com os diretores e presidente do Fed, seus nomes, posições e indicações:
Nome |
Posição |
Indicação |
Jerome Powell |
Presidente do Fed |
Indicado por Donald Trump, empossado em 2018 |
Philip Jefferson |
Vice-presidente |
Indicado pelo presidente dos EUA, mandato renovado |
Michelle Bowman |
Diretora |
Nomeada no primeiro mandato de Trump |
Christopher Waller |
Diretor |
Nomeado no primeiro mandato de Trump |
Stephen Miran |
Diretor |
Indicado por Trump em 2025, mandato tampão até jan/2026 |
Esses membros são parte do Conselho de Governadores do Federal Reserve, sendo indicados pelo presidente dos Estados Unidos e confirmados pelo Senado, cumprindo mandatos escalonados de 14 anos, com exceção do presidente e vice que têm mandatos de 4 anos. Stephen Miran foi a indicação mais recente, tomando posse em setembro de 2025.
Segue o gráfico em linha da evolução da taxa básica de juros do Fed nos últimos 12 meses, destacando o corte de 0,25 ponto percentual ocorrido em setembro de 2025:
Evolução da taxa básica de juros do Fed nos últimos 12 meses com corte em setembro de 2025
A tabela abaixo resume a cotação do dólar e sua variação mensal em relação a algumas moedas selecionadas na data da reunião do Fed, 17 de setembro de 2025:
Moeda |
Cotação do Dólar (em moeda local) |
Variação Mensal (%) |
Real (BRL) |
5,5662 R$ |
-2,10 |
Yuan Chinês (CNY) |
7,2374 CNY |
-0,50 |
Dólar Canadense (CAD) |
1,3417 CAD |
+0,30 |
Libra Esterlina (GBP) |
0,7138 GBP |
+0,70 |
Euro (EUR) |
0,9233 EUR |
-0,20 |
Iene Japonês (JPY) |
144,50 JPY |
-1,00 |
A porcentagem decorre de movimentos observados no último mês em torno da data do anúncio da decisão do Fed, refletindo expectativas e reações dos mercados globais à política monetária americana. A queda da cotação do dólar frente a moedas como o real e o yuan indica, neste período, um enfraquecimento relativo da moeda americana, alinhado ao estímulo monetário e ao cenário econômico mais cauteloso nos EUA.
A recente decisão do Fed deve ser lida à luz dos principais indicadores econômicos americanos, que apontam para uma desaceleração do crescimento e certa fragilidade no mercado de trabalho, especialmente após dados que sinalizam aumento no desemprego. Embora a inflação se mantenha acima da meta desejada, a prioridade atual da política monetária é evitar que o ritmo mais lento da economia se transforme em recessão.
No panorama externo, o dólar é impactado por fatores adicionais, como o relacionamento comercial dos Estados Unidos com seus parceiros, tensões geopolíticas e a postura de outros grandes bancos centrais. A expectativa de novos cortes nos juros deve manter o dólar sob pressão frente a moedas de economias emergentes que apresentem fundamentos estáveis e atratividade para investidores estrangeiros.
A continuidade no corte gradual da taxa de juros americana representa uma mudança de foco da autoridade monetária, que há pouco tempo posicionava-se sobretudo em combate à inflação. Agora, o movimento visa sustentar o balanço entre o controle inflacionário e a necessidade de apoiar o crescimento econômico, o que poderá trazer implicações para investimentos, comércio exterior e fluxos financeiros globais nos próximos meses.
(*) Com informações das fontes: G1, Agência Brasil, CNN Brasil, Exame, Infomoney, Levycam, Wise, e dados oficiais do Federal Reserve e mercado cambial internacional.