O dólar comercial fechou em R$ 5,5671 nesta terça-feira (22), com alta de apenas 0,04% em relação ao pregão anterior. Operou entre R$ 5,551 e R$ 5,590, mostrando que os investidores estão comprando mais em dólar, ainda que com cautela, enquanto esperam definição do chamada “tarifaço” dos Estados Unidos, que entra em vigor em 1º de agosto.
Já o Ibovespa reduziu 0,10% e encerrou o dia aos 134.035,72 pontos, pressionado sobretudo pelos bancos. Mesmo com ações como Vale e Petrobras sustentando valorizações diante do avanço no setor de metais, o otimismo foi limitado pela indefinição quanto ao desfecho das negociações comerciais entre Brasil e EUA.
Por que câmbio e bolsa ficaram praticamente estáveis
Aguardando definição tarifária
Com a expectativa de novas taxas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, muitos investidores optam por aguardar qualquer sinal de acordo antes de retornar de forma mais intensa ao mercado.
Ambiente externo neutro
O dólar global registrou leve queda (índice DXY recuou 0,46%), refletindo uma fase de realização de lucros e aguardando a próxima reunião do Federal Reserve. Isso deu um respiro ao real, que não se enfraqueceu significativamente.
Bolsa muito dependente de grandes nomes
Os papéis de mineração e energia, como Vale (+2,59%) e Petrobras (+0,97%) deram fôlego ao Ibovespa, mas não conseguiram suplantar a pressão do setor financeiro, que acusou forte desempenho negativo com Itaú (-1,35%) .
Indicadores do fechamento de 22/07/2025 (18h)
Indicador |
Valor |
Dólar comercial |
R$ 5,5671 (+0,04%) |
Ibovespa |
134.035,72 pts (−0,10%) |
Volume B3 |
R$ 18,2 bilhões (~médio) |
O que vem a seguir
Negociações EUA–Brasil
O mercado fica de olho no avanço ou recuo das conversas até 1º de agosto. Uma solução negociada pode aliviar a pressão sobre câmbio e bolsa.
Murmúrios do Fed
Com analistas focados nos discursos da equipe do Fed, qualquer palavra que sinalize nova alta de juros pode reforçar o dólar e impactar o real.
Dados domésticos
O governo anunciou liberação de R$ 20,6 bilhões de despesas discricionárias, mas ainda falta clareza sobre cortes estruturais — o que mantém o fiscal em foco.
Mesmo em dia sem grandes ruídos, o mercado brasileiro mostrou cautela. O cenário exige atenção redobrada: um acordo tarifário ou uma sinalização firme do Fed poderá ser o catalisador para novos movimentos no câmbio e na bolsa.
* Com informações das fontes: Reuters (via Infomoney), UOL, Exame, Bloomberg Línea, Poder360, Agência Brasil, dados da B3.