Diane Keaton morreu no dia 11 de outubro de 2025, aos 79 anos, em Los Angeles, segundo informou sua família em comunicado oficial. A causa da morte não foi divulgada. O falecimento encerra uma das carreiras mais consistentes e reconhecidas da história do cinema, marcada por papéis que definiram épocas, influenciaram estilos e abriram espaço para uma nova forma de representação feminina nas telas.
O governo dos Estados Unidos lamentou publicamente a morte da atriz por meio do National Endowment for the Arts, que destacou sua contribuição “inestimável para a arte cinematográfica e para a cultura popular americana”. O governo brasileiro, por meio da Secretaria de Comunicação Social, divulgou nota oficial reconhecendo a relevância de Keaton para a consolidação do cinema contemporâneo e ressaltou que sua influência se estendeu também ao público latino-americano, inclusive ao Brasil, onde suas obras seguem amplamente exibidas e estudadas.
Keaton ficou conhecida mundialmente por sua atuação como Kay Adams em “O Poderoso Chefão” e como Annie Hall no filme de mesmo nome que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz em 1978. Sua carreira atravessou diferentes fases do cinema, do experimentalismo dos anos 1970 à consolidação das comédias dramáticas e produções independentes nas décadas seguintes.
A atriz construiu uma filmografia que combinou consistência artística e impacto comercial, transitando entre produções de grandes estúdios e filmes autorais. Trabalhou com diretores como Woody Allen, Francis Ford Coppola, Nancy Meyers e Warren Beatty, mantendo sempre um estilo próprio, marcado pela naturalidade de atuação e por escolhas de papéis que refletiam independência e complexidade humana.
Tabela 1 – Filmografia completa de Diane Keaton
Ano |
Filme |
Personagem |
1970 |
Lovers and Other Strangers |
Joan Vecchio |
1971 |
The Love Machine |
TV Technician |
1972 |
O Poderoso Chefão (The Godfather) |
Kay Adams |
1973 |
Sleeper |
Luna Schlosser |
1975 |
Love and Death |
Sonja |
1977 |
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall) |
Annie Hall |
1978 |
Interiores (Interiors) |
Renata |
1979 |
Manhattan |
Mary Wilkie |
1981 |
Reds |
Louise Bryant |
1982 |
Shoot the Moon |
Faith Dunlap |
1984 |
Mrs. Soffel |
Kate Soffel |
1986 |
Crimes of the Heart |
Babe Magrath |
1987 |
Baby Boom |
J.C. Wiatt |
1988 |
The Good Mother |
Anna Dunlap |
1990 |
O Poderoso Chefão – Parte III |
Kay Adams |
1991 |
Father of the Bride |
Nina Banks |
1993 |
Manhattan Murder Mystery |
Carol Lipton |
1995 |
Father of the Bride Part II |
Nina Banks |
1996 |
The First Wives Club |
Annie MacDuggan Paradis |
1996 |
Marvin’s Room |
Bessie |
2000 |
Hanging Up |
Georgia Mozell |
2001 |
Town & Country |
Ellie Stoddard |
2003 |
Alguém Tem Que Ceder (Something’s Gotta Give) |
Erica Barry |
2005 |
The Family Stone |
Sybil Stone |
2007 |
Because I Said So |
Daphne Wilder |
2008 |
Mad Money |
Bridget Cardigan |
2010 |
Morning Glory |
Colleen Peck |
2012 |
Darling Companion |
Beth Winter |
2014 |
And So It Goes |
Leah |
2016 |
Love the Coopers |
Charlotte Cooper |
2017 |
Hampstead |
Emily Walters |
2018 |
Book Club |
Diane |
2019 |
Poms |
Martha |
2023 |
Book Club: The Next Chapter |
Diane |
2024 |
Summer Camp |
Nora |
2025 |
Projeto póstumo não lançado |
Participação especial (póstuma) |
Ao longo da carreira, Keaton também atuou como diretora, roteirista e produtora. Dirigiu o documentário “Heaven” (1987) e o longa “Hanging Up” (2000), além de ter produzido filmes independentes e participado de campanhas de incentivo à preservação do cinema clássico norte-americano.
A atriz foi quatro vezes indicada ao Oscar e venceu uma vez. Recebeu ainda dois Globos de Ouro, o Prêmio AFI pelo conjunto da obra e o título honorário do American Film Institute por sua contribuição à arte cinematográfica.
Após o anúncio de sua morte, artistas, diretores e instituições de cinema em todo o mundo publicaram mensagens de luto e tributo. O ator Al Pacino declarou que Keaton “era o coração humano do cinema americano moderno”. Já o diretor Woody Allen afirmou que “ninguém representou melhor a mistura entre vulnerabilidade e inteligência no cinema”.
O mercado cinematográfico norte-americano registrou aumento na busca por seus filmes em plataformas digitais nas horas seguintes à notícia. Distribuidoras já planejam relançamentos de clássicos remasterizados. No Brasil, a Cinemateca Brasileira anunciou a criação de uma mostra retrospectiva intitulada “Diane Keaton: A Mulher em Movimento”, prevista para o início de 2026.
O legado de Keaton ultrapassa a filmografia. Sua presença moldou a imagem da mulher contemporânea no cinema, redefinindo papéis e ampliando o espaço feminino em narrativas antes dominadas por personagens masculinos. Sua morte representa não apenas a perda de uma artista, mas o encerramento de um ciclo histórico de transição cultural e estética que ela ajudou a construir.
(*) Com informações das fontes: Reuters, Associated Press, The Guardian, The Hollywood Reporter, Variety, The Independent, Agência Brasil e Banco de Dados do American Film Institute.